O táxi preto estacionou suavemente diante dos portões altos da casa de Daniel. As janelas refletiam os tons dourados do entardecer, e uma brisa morna agitava levemente as folhas do jardim. Haviam voltado da viagem no fim da tarde anterior, e agora, com as malas já desfeitas e os chinelos de praia guardados, a casa parecia respirar fundo... retornando ao ritmo do cotidiano.
As crianças correram para os próprios quartos assim que entraram, felizes por reverem seus brinquedos e camas. Beatriz logo abraçou sua boneca favorita com força, como se não a visse há meses.
Eveline, de pé na porta do quarto das crianças, observava com um sorriso silencioso. Já vestia seu conjunto de moletom rosa-claro com tênis branco, e os cabelos, presos num coque prático, traziam de volta aquela versão dela que vivia para cuidar, mesmo cansada.
— Amanhã é dia de escola, pequenos — anunciou, em tom maternal. — Vamos separar os uniformes e deixar as mochilas prontas.
Lucas gemeu um “ahhh, não…” enquanto Beatriz