O sol da tarde se filtrava pelas grandes janelas envidraçadas da mansão dos Avelas, lançando raios dourados sobre o chão de mármore bege polido. O jardim frontal exalava o perfume fresco das lavandas recém-regadas e, ao fundo, ouvia-se o riso infantil de Beatriz e Lucas correndo pelo parquinho privativo.
Eveline observava tudo da varanda lateral, com as mãos repousadas sobre a curva suave da barriga. Seu vestido leve de algodão azul-clarinho balançava suavemente com a brisa. Já estava com quatro meses de gestação — o corpo mudava, os movimentos do bebê começavam a se manifestar, e o coração... ainda era um território em reconstrução.
Mas havia paz ali.
Daniel a acompanhava. Vestia uma camisa de linho bege de mangas dobradas e calça social creme. Os cabelos castanhos penteados para trás davam destaque ao olhar tranquilo que ele lançava à cena à frente.
— Eles são outros desde que você chegou — disse ele, em tom baixo. — Nunca mais ouvi um choro noturno, nem birras pela manhã. Beatriz a