Antes de Isadora receber sua sentença, o advogado dela apresentou um laudo psiquiátrico. O diagnóstico apontava transtorno de delírio persecutório grave e transtorno bipolar. Com isso, em vez de ser condenada à prisão, ela foi enviada diretamente para um hospital psiquiátrico para cuidados e tratamento.Após o resultado, Alana encontrou-se com Vanessa, que sorriu de forma amarga.— Eu já sabia que não seria tão fácil assim. — Disse Vanessa, com um tom de desânimo.Alana balançou a cabeça e respondeu:— Fizemos tudo o que podíamos. Mesmo que ela tenha sido enviada para um hospital psiquiátrico, ela será obrigada a viver como uma paciente e a receber tratamento. Isso talvez seja ainda mais doloroso para ela.Vanessa, com os olhos cheios de preocupação, perguntou:— Srta. Alana, você conseguiu enviar minha filha para a casa da avó dela?Alana assentiu:— Sim, ela já está lá. Se você se comportar bem, pode tentar pedir liberdade condicional. Enquanto isso, eu ficarei de olho na sua filha e
— Hoje, vim principalmente para discutir a doação de novos equipamentos médicos ao hospital central. — Murilo olhou para Diego. — Sr. Diego, o senhor também está aqui. Veio buscar a Srta. Isadora ou apenas visitá-la?Diego abaixou o olhar.— Estou aqui para ver minha irmã.— E já terminou a visita? — Murilo perguntou com indiferença.Diego cerrou os dentes:— Terminei. O senhor chegou na hora certa, Sr. Murilo.— Se já terminou, pode ir embora. — Murilo lançou um olhar ao diretor do hospital psiquiátrico.O diretor imediatamente se pronunciou.— Sr. Diego, cuidaremos bem de sua irmã. Não precisa se preocupar.Diego observou as pessoas que Murilo havia trazido consigo e imediatamente percebeu que entre elas havia especialistas em leis. Se algo fosse investigado, seria ainda mais difícil tirar Isadora dali.Ele fez um leve aceno para Isadora, mas percebeu que sua irmã estava com os olhos fixos em Murilo.Assim que viu Murilo, o rosto de Isadora ficou vermelho. A aparência impecável e a p
Assim que Isadora passou pelo corredor, ouviu alguém gritar para ela:— Você é um cavalo novo? Eu sou o cavalo branco, de que raça você é? Podemos cruzar? Você sabia que tem alguém nas suas costas? Ela está deitada em cima de você!Só de ouvir isso, Isadora já ficou com o corpo coberto de suor frio. Mesmo após entrar no quarto, não conseguiu encontrar paz. Os gritos incessantes dos outros pacientes a deixaram à beira de um colapso.Isadora repetiu inúmeras vezes para os médicos e enfermeiros que não era louca, mas isso não adiantou. O laudo psiquiátrico havia diagnosticado que ela sofria de transtorno bipolar e mania de perseguição. Para os enfermeiros, ela era apenas mais uma paciente a ser tratada conforme o protocolo.Naquela mesma noite, Isadora, em um acesso de fúria, feriu uma enfermeira. Como consequência, foi obrigada a vestir o uniforme de paciente e teve as mãos amarradas. Ela estava em um estado de desespero absoluto.Nunca antes em sua vida havia experimentado algo assim, e
Alana sabia exatamente o quão grave era a situação de Isadora. Diego havia enviado pessoas para cuidar da irmã, enquanto Murilo garantiu que Isadora fosse tratada como uma paciente comum no hospital psiquiátrico.Enquanto Alana trabalhava em seu escritório, um entregador chegou com um pacote. Ela ficou intrigada quando ouviu o entregador chamá-la pelo nome. Sem entender, ela pegou o pacote. Quando o abriu, encontrou uma foto. Era uma imagem tirada na noite anterior, enquanto ela dormia. Na foto, ela estava deitada na cama, dormindo profundamente, com uma das mãos mexendo nos próprios cabelos. Seu rosto corou imediatamente. Alana colocou a foto rapidamente na gaveta. Logo depois, seu celular apitou com uma nova mensagem. Era de Murilo:[Recebeu?]Ela respondeu:[Sim. Por que enviou por entrega? Poderíamos nos ver depois do trabalho.][Não consegui esperar.]Alana sentiu o coração aquecer. Eles pareciam adolescentes apaixonados, agindo de maneira infantil, mas sentindo-se tão felizes.
— Desculpe-me por seu ferimento. — A voz de Murilo soou baixa e carregada de emoção.As nuvens escuras no céu explodiram em uma luz ofuscante, seguida por trovões estrondosos. Alana deu um leve sobressalto, agarrando-se ao peito dele. Ela sempre teve medo de dias chuvosos e, principalmente, de trovões.Murilo a envolveu em seus braços, segurando sua cintura com firmeza enquanto acariciava seus cabelos com a outra mão. Alana não percebeu a culpa e o leve pânico que passaram pelos olhos dele.Ela sentiu o cheiro que vinha do peito de Murilo, um aroma que lhe transmitia segurança. "Ele provavelmente está se desculpando por não ter chegado mais cedo na minha vida", pensou Alana, enquanto se aconchegava ainda mais.Na manhã seguinte, o sol brilhava intensamente, como se a chuva da noite passada nunca tivesse existido. Alana abriu seus olhos cor de âmbar e percebeu que Murilo já havia saído. Ao tocar no travesseiro ao lado, sentiu que ele devia ter partido há algum tempo. Ela se levantou,
A garota não disse nada, apenas assentiu com a cabeça de forma pesada.Quando Alana terminou o expediente, recebeu outra ligação de Diego, mas decidiu ignorar e desligou na hora.Ela saiu do escritório e começou a caminhar em direção ao apartamento. Ayla e Murilo já tinham saído mais cedo para participar do leilão. A universidade ficava perto do apartamento, então Alana decidiu ir a pé, já que não levaria muito tempo.No entanto, assim que chegou à entrada do prédio, um carro parou bem à sua frente. A janela foi abaixada, revelando Telma no banco do motorista, que gritou com urgência:— Srta. Alana, o Sr. Dario desmaiou!As pupilas de Alana se contraíram:— O quê?— Entre no carro, rápido!Sem hesitar, Alana entrou no carro de Telma. Talvez todas as ligações de Diego mais cedo fossem sobre isso, mas ela não havia dado atenção.Quando chegaram ao hospital, Diego estava encostado no batente da porta do quarto. Enfermeiras iam e vinham, aplicando medicamentos em Dario.Alana franziu levem
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de