Paula Moretti
Volto para o meu quarto depois do jantar com um peso no peito que a comida não conseguiu aliviar. Nenhuma informação de Nicolo. Ligo para o seu celular pela décima vez, e a mesma mensagem automatizada me responde, fria e impessoal.
Tento Giuseppe, mas o resultado é o mesmo. Silêncio. Um silêncio que grita, que ecoa pelos corredores vazios da mansão e se instala dentro de mim como uma geada.
Algo no meu coração não para de sussurrar, um pressentimento ruim que se enraíza e cresce, alimentado pela ausência dele. É uma sensação física, um nó de ansiedade no estômago que aperta a cada minuto que passa. A madrugada já se estende pela janela, um manto escuro salpicado de estrelas distantes, mas o sono é uma ideia impossível.
Decido descer à cozinha. Talvez um chá quente, algo para acalmar os nervos, para afogar esse mau pressentimento que talvez um pouco de camomila e mel resolvam. A mansão está imersa em um silêncio profundo, somente quebrado pelo rangido ocasional da madeira