As Armadilhas de Aurora. Capítulo 29
Um aroma suave de jasmim rastejou pelo corredor antes que qualquer passo fosse ouvido. Do tipo que vira a cabeça de quem passa, não por estranheza, mas por memória. Como se o perfume carregasse um segredo antigo.
A porta do elevador se abriu com um som metálico e preciso.
Aurora saiu de dentro dele como quem não precisava pedir permissão para existir. O vestido de seda carmim abraçava o corpo dela com a precisão. O tecido escorregava a cada passo, como se tivesse vida própria, desenhando curvas e intenções em silêncio.
Os saltos, finos como agulhas, cravavam no piso de mármore com estalos ritmados.
Tac. Tac. Tac.
Um som que anunciava presença, não pressa.
Ela não usava crachá, não precisou. Dois seguranças pararam diante da porta principal e, ao ver ela se aproximar, abriram caminho com um leve inclinar de cabeça. Um deles chegou a desviar o olhar.
Aurora nem desacelerou, no saguão que levava à sala de imprensa, uma assistente deixou cair uma folha ao notar sua chegada. Outro técnic