O dia ainda nem tinha terminado, mas Isabella já sentia como se estivesse atravessando a madrugada sozinha, descalça sobre cacos invisíveis.
Sentada na poltrona do escritório principal da presidência, ela não respondia às notificações que vibravam no celular. Ela olhava fixo para a tela de um e-mail que não abria. O assunto era claro: "Proposta oficial de apoio institucional – URGENTE".
As palavras pareciam gritar, ela não clicou.
A ponta da caneta riscava compulsivamente o couro da poltrona. Cada segundo de silêncio pesava na nuca dela, como se o teto da Nexus estivesse prestes a desabar sobre a cabeça dela. Mas por fora, o rosto dela era inexpressivo. A sala cheirava a café frio. Ao fundo, o som do vidro vibrando com o vento fazia tudo parecer mais alto, mais próximo.
A porta se abriu com um leve estalo e Camila entrou devagar. Vestia preto, os olhos cansados, como se já soubesse o que vinha a seguir. Ela trazia um envelope nas mãos, com o selo de um fundo internacional, Isabella re