O som da fechadura soou mais alto do que deveria.
Isabella entrou no apartamento como quem entra em uma cela de luxo. As paredes claras refletiam a luz do entardecer com um brilho falso, e os móveis milimetricamente dispostos pareciam observar cada passo dela.
Roberto trancou a porta atrás dos dois, sem dizer uma palavra, largou o paletó sobre a poltrona e soltou o relógio do pulso. Isabella nem olhou, apenas caminhou até a sacada e abriu a porta de vidro. Precisava de ar, mesmo que fosse o ar espesso de Avalon City.
Lá embaixo, a cidade continuava viva, indiferente ao cativeiro dourado em que ela agora vivia.
“Você ainda está brava comigo?” ele perguntou enquanto se dirigia até o bar.
A voz dele veio baixa, quase casual, mas cheio de algo possessivo.
“Não estou nada.” Isabella disse tentando parecer desinteressada.
“Ótimo. Porque amanhã temos um jantar com o diretor do Avalon Bank. É importante para a Nexus.”
Ela não respondeu, continuou olhando para o horizonte. Roberto se aproximou