O ar que Ivy segurava era tão espesso que parecia ter forma.
Ela não conseguia se mover. Seus olhos estavam fixos na silhueta escura do outro lado do vidro, o coração batendo alto demais dentro do peito.
A figura não se movia. Apenas esperava.
Então, a luz fraca da lua atravessou as nuvens, revelando o que estava ali.
Um corvo.
O alívio veio rápido, mas não durou.
Havia algo de errado naquele pássaro.
Seus olhos negros pareciam inteligentes demais, quase humanos. Ele a observava como se estivesse esperando por algo. E então, com um movimento súbito, bicou o vidro.
Uma. Duas. Três vezes.
O som ecoou pelo quarto como um aviso.
Ivy respirou fundo, tentando acalmar o tremor em seus dedos. Ela se aproximou com cautela e destravou a janela. O vento gelado entrou de imediato, bagunçando os fios soltos de seu cabelo.
O corvo abriu as asas e, com um salto gracioso, pousou no parapeito.
— O que você quer, garoto? — Murmurou, mais para si mesmo.
Foi só então que Ivy viu.
Preso à sua pata havia u