POV KAEL.
Vitória encostou no batente da porta de meu escritório, braços cruzados, a silhueta impecável desenhada pelo vestido justo. Os lábios pintados em vermelho curvavam-se num sorriso carregado de arrogância — típico dela.
Soltei a caneta sobre a mesa e a encarei, o controle escapando por entre meus dedos como areia fina. Meu lobo rugia dentro de mim, impaciente, perturbado. A lua cheia se aproximava e eu a sentia como um peso em meus ossos, como fogo queimando sob a pele.
— Posso saber que palhaçada foi essa com Aurora? — Perguntei!
— Você está jogando sujo, Kael. — disse, com a voz baixa e venenosa. — Sabe que ela não pertence ao nosso mundo e ainda assim está a trazendo para o jogo.
— Aurora não é assunto seu. — minha voz saiu rouca, quase um rosnado.
Ela riu, um riso frio, carregado de escárnio.
— Não é assunto meu? Eu sou sua noiva, Kael. Pelo menos diante dos olhos do seu pai e da alcateia. Acha mesmo que vou aceitar ser humilhada por uma… intrusa?
Me levantei devagar, ap