Dario e Helena passaram algum tempo juntos depois do jantar, em silêncio, no sofá. Helena se aninhou ao abraço dele, apenas para ouvir seu coração. De modo inexplicável, aquele som, ritmado e baixo, o calor morno da pele, o cheiro. Tudo a acalmava nele. Nem em suas melhores bebedeiras se sentiu tão relaxada e livre das contendas íntimas que seu coração a encurralava constantemente. Ele a sentiu suspirar, suave e longamente.
— Amor, o que vai ser de nós quando isso tudo acabar? - Ele perguntou, apreensivo, acariciando as costas dela, levou a mão ao cabelo e percebia uma cicatriz, uma falha, alongada e grosseira. "Eu não consegui." Ele arregalou os olhos, lembrando do pranto doloroso dela e, naquele instante, se surpreendendo com a verdade: ela realmente tentou.
— Você realmente está ansioso com o futuro, não está? - Ela perguntou, baixinho, com a paz imperando sobre ela.
— Estou. - Dario confirmava, se sentia ansioso sem aquela visão de futuro.
— Olha, vai ser o que tiver que ser