Capítulo Treze — Noely... a serpente no ninho.
Eu não sou boba. Desde que cheguei na escola, percebi que Noah e Simon tinham uma conexão diferente. No começo, achei bonito. Dois amigos tão próximos, tão cúmplices. Mas com o tempo, aquilo começou a me incomodar.
Não era só amizade. Não podia ser.
A forma como Noah olhava pra Simon quando achava que ninguém estava vendo. O jeito como Simon se encolhia perto dele, como se só ali estivesse seguro. E, principalmente, o silêncio entre os dois — aquele tipo de silêncio que só existe entre pessoas que compartilham segredos.
Eu tentei me aproximar de Noah. E ele correspondeu, em partes. Ele era gentil, ria das minhas piadas, aceitava meus convites. Mas nunca estava de fato, ali. Presente. Sempre parecia com a cabeça em outro lugar. E esse “outro lugar” tinha nome: Simon.
Na última semana, convidei Noah pra estudar comigo. Ele veio, mas passou metade do tempo olhando o celular, como se esperasse uma mensagem que nunca chegava. E quando eu perguntei se estava tudo bem, ele só disse:
— Simon