FINN
Delilah não parava de me encarar com raiva.
Ela estava sentada à minha esquerda, na única cadeira de visitas do quarto, os braços cruzados tão forte no peito que eu quase acreditava que ela queria se dobrar ao meio. As pernas dela ficavam viradas pra longe de mim, mas os olhos, esses não se moviam. Nem por um segundo. Nem desde que o médico liberou a visita.
— Dá pra parar com esse olhar, por favor? — Resmunguei, tentando me ajeitar na cama do hospital.
Meu braço estava imobilizado numa tipoia rígida, enrolado e levantado com o que devia ser uns cinco quilos de gaze e velcro.
— Já tô sentindo dor suficiente. Não preciso de você respirando no meu cangote.
Delilah só me olhou com mais raiva.
— Eu podia ir presa pelo que fiz. — Ela disse.
— Não vai, não. Eu pedi pra você fazer isso. Foi decisão minha.
Ela desviou o olhar pela primeira vez, os dedos enfiando no cabelo enquanto massageava as têmporas. A voz saiu mais baixa. Tensa.
— Não muda o fato de que eu aceitei, como uma idiota, q