Essa resposta fez o coração de Bruno estremecer. Ele ficou em silêncio por muito tempo, depois pegou o celular e fez uma ligação.
— Tem um paciente com câncer de pulmão. Quero pedir para você dar uma olhada, mas precisa manter sigilo. Sim, Filipe... Nem meus pais podem saber.
Ao lado, Juliana sentiu o peito apertar de empatia.
Quando Bruno desligou, reclinou lentamente o corpo na cadeira. Virou o rosto e olhou pelas divisões da janela. No entardecer, o sol tingia o vidro transparente de um laranja vivo, tão radiante... Mas dentro dele, o peso era sufocante.
Ele não sabia bem por que estava fazendo isso. Talvez porque Yasmin havia sofrido demais. A sua compaixão parecia uma forma de compensar o que Helena tinha vivido anos atrás.
...
No hospital, a porta do quarto VIP se abriu com um rangido.
Quem entrou foi Maurício. Ele trazia uma marmita térmica nas mãos. Dentro dela, havia sopa de peixe recém-preparada.
Ele olhou em volta. O quarto, com seus 60 metros quadrados, era limpo, impecável