Bruno tateou algumas vezes e os dedos tocaram algo morno.
"Ela está chorando?"
Helena segurou seus dedos e, suavemente, perguntou de novo:
— Continuar aguentando assim, está sendo muito difícil?
O homem fechou os olhos, parecendo refletir.
— Para alguém que não enxerga e não tem memória, o mundo é desolado, até assustador, porque não se sabe o que vai vir amanhã. Não consigo fazer nada. Todos os dias, como e durmo no mesmo horário, parece ser tudo o que posso fazer, mas eu prefiro ficar deitado na escuridão, porque me sinto seguro, confortável. Mas eu também sei que eu com certeza não era assim antes, eu devia ter algum charme. Caso contrário, você não teria se casado comigo. — Ele abriu os olhos lentamente. — Agora, estou um pouco cansado, e não sei quanto tempo ainda tenho de vida.
Seus olhos eram como um abismo sem fundo. Helena tocou levemente suas pálpebras, os dedos tremendo de ternura. Depois de um momento, ela encostou o rosto em seu peito, ouvindo o bater de seu coração. O hom