Poder e status já eram fumaça passageira, restava apenas a responsabilidade.
Bruno abriu a gaveta, tirou um maço de cigarros, pegou um e levou aos lábios. Ao acender, seus dedos tremiam, mas ele não ligou. Contemplou o cigarro entre os lábios, tragando profundamente. A fina fumaça se misturou à profundidade de seus olhos.
A porta da biblioteca rangeu ao ser aberta. Bruno, surpreso e irritado, perguntou:
— Quem está aí?
Entrou a secretária Juliana, sussurrando:
— Sou eu.
— Ah, é você. — Bruno relaxou, se recostando na cadeira e suspirando baixinho antes de perguntar. — Por que veio aqui a essa hora?
Juliana se aproximou e começou a organizar a mesa do chefe, falando:
— O trabalho na empresa acabou agora. Não pude deixar de vir verificar, e realmente, o senhor ainda está ocupado.
Quando a ponta dos dedos dela tocou o diário, quase não aguentou as lágrimas. Ela o fechou suavemente, sem se atrever a olhar. Juliana pensou melhor e tentou aconselhá-lo:
— Seu corpo não aguenta mais tanto esfo