A primavera se foi, o verão chegou. Em junho, o ventre de Helena começou a se avolumar. Pela forma pontuda da barriga, deveria ser uma menininha.
Numa noite de verão, o céu era de um azul profundo. Na pérgula da mansão, floresciam as glicínias, balançando suavemente ao vento noturno. Os cachos lilases se agitavam, delicados e encantadores.
Helena repousava na espreguiçadeira, adormecida levemente, coberta por uma pequena manta. Seus longos cabelos negros, assim como as glicínias, dançavam com a brisa, revelando uma beleza serena. Seu rosto, nutrido pela maternidade, irradiava um brilho delicado e translúcido.
Uma mão pousou sobre seus finos dedos.
O homem, ajoelhado diante dela, segurou sua mão e encostou o rosto contra o ventre da mulher. Com pouco mais de cinco meses de gestação, a barriga já se arredondava, firme e pontuda. Encostada ao rosto dele, deixava-o sentir os leves movimentos da criança. Não eram socos ou chutes, mas um deslizar suave, como o balançar de uma pequena e doce