Meu irmão e Henrique permaneceram o tempo todo ao lado da cama de Luísa.
Nesse meio-tempo, ouviram as enfermeiras comentando sobre uma menina, doadora de órgãos, que morreu depois da cirurgia.
— Você soube? Hoje uma menina que doou seus órgãos acabou por falecer.
— Eu sei. Já só tinha um rim e, mesmo assim, quis doar. Não sei o que se passava na cabeça dela...
— Mas, de qualquer forma, mesmo sem doar, ela não viveria muito tempo. Ouvi dizer que também tinha um tumor cerebral maligno.
"Doação de rim?" Um arrepio de inquietação atravessou os pensamentos do meu irmão.
Mas, num ímpeto, afastou tais pensamentos: desde pequena, eu sempre fora forte e saudável, como poderia ter morrido na cirurgia? Deve ter sido outra infeliz qualquer.
Reprimiu a sua ansiedade e, junto com Henrique, continuou esperando que Luísa despertasse.
Finalmente, ela abriu os olhos, devagar.
— Irmão, Henrique… eu… eu ainda estou viva?
Sua voz estava um pouco rouca, mas os olhos brilhavam com a alegria de quem hav