Fernando sempre foi um homem preocupado em fazer o que era correto, querendo manter a sua boa reputação. Como uma cilada, conheceu Helena, uma jovem muito mais nova que ele, ela era alegre, linda e divertida e o que menos esperava aconteceu, com o seu jeito de menina mulher ela lhe roubou o coração. Por achá-la muito nova, Fernando tentou fugir dessa paixão, mas pode alguém mandar no coração? Uma noite ele não consegue resistir ao encanto da sua menina travessa como a chamava, mas pela manhã se arrepende do que fez e diz algumas inverdades, mas Helena já havia ido embora desistindo daquele amor. Fernando nunca mais tem noticias dela, e depois de quase três anos descobre o motivo que a fez ir embora e o arrependimento o faz enfrentar tudo para ser feliz ao lado da mulher que ama. Mas será que Helena acreditaria nesse amor?
Leer másFernando entra em casa e segue para o seu quarto, era uma sexta feira, mas não estava a fim de sair. Murilo, o sobrinho que morava com ele, não tinha horas para chegar em casa, isso é, se ele voltasse para a casa aquela noite.
Seu amigo Luiz o chamou para sair, assim como Karen, a sua noiva, que insistiu para que ele fosse a uma festa com ela e os pais, mas ele não estava com disposição de fingir estar feliz ao lado de Karen, por quem não sentia absolutamente nada, além de um sentimento de amizade.Karen sempre foi uma boa amiga, muitos não gostavam de sua personalidade, e do seu jeito de tratar os outros, mas ele não tinha do que falar mal dela. Com ele, ela sempre foi uma pessoa prestativa, que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis de sua vida, esse também foi um dos motivos que o fez aceitar aquele pedido de casamento inesperado, quando ela estava em um leito de hospital entre a vida e a morte.Fernando sempre foi um homem sério e integro, que buscava fazer as coisas certas, mesmo que algumas vezes se sacrificasse, mas ele fazia o que a sua consciência mandava. Só havia uma coisa que fez e se arrependia amargamente, não por não ter gostado do que havia acontecido, mas por se achar um fraco e irresponsável.Na verdade se arrependia de duas coisas, também se arrependia das palavras que usou um dia para alguém a quem amava, a magoando e menosprezando algo de muito valor que lhe foi dado por ela.Ele entra no banheiro pensando naquela que mesmo depois de anos, não lhe saia do pensamento e muito menos do coração. Se achava ridículo as vezes, por amar tanto alguém, a quem dispensou, mas acreditava que assim tinha que ser.Depois de tomar um banho ele veste uma bermuda e uma camiseta e sai do seu quarto. Fernando era um homem bonito, era impossível alguma mulher o ignorar, era alto, corpo sarado, pois tinha uma academia em casa na qual fazia questão de se exercitar quase todos os dias. O seu rosto parecia ter sido esculpido, os seus olhos verdes com longos cílios era algo que chamava atenção, as sobrancelhas grossas e desenhadas o tornava ainda mais bonito, não tinha barba, nunca gostou, e no seu queixo podia-se ver uma pequena covinha.Saindo do seu quarto, Fernando segue até um quarto que entrava sempre que a saudade apertava, mesmo que há quase três anos ninguém dormisse nele, era como se a presença da dona estivesse ali.Ele entra e fecha a porta, vai até a pequena penteadeira e olha para uma escova e um elástico de cabelo que continuavam ali, aquelas foram as única coisas que Helena esqueceu para trás. Na parede ainda estava pendurada a sua obra de arte, três pares de olhos. Podia se lembrar do dia que ela fez aquela montagem, e ele como elogio, disse que o quadro lhe causava medo, não era mentira, mas agora ele ali o olhando, já não o assustava mais.Um dos olhos eram castanhos com os cílios alongados pela maquiagem, era impossível não saber ser de uma mulher, Helena, era ela a dona daqueles olhos castanhos escuros. O outro par era também castanho, e eram os olhos de Murilo, ele sorri ao observar o terceiro par, os dele não podiam faltar naquela montagem maluca como Murilo disse quando ela fez a apresentação do mesmo.— Ah Helena, por que não me deu a chance de me desculpar com você? Por que teve que fugir e me esqucer, como eu mandei? — Fernando se sentia culpado por ela ter ido embora, ela não morava com eles, mas vivia mais na casa dele do que na casa da tia onde morava na época.Fernando anda pelo quarto, é como se ele fosse capaz de sentir o perfume dela naquele ambiente, era como se ela fosse entrar a qualquer momento e perguntar o que ele estava fazendo ali, talvez até quisesse o trancar ali para o provocar com o seu jeitinho de menina travessa.Fernando ainda sentia por ela os mesmos sentimentos de antes, mesmo tendo lutado incansavelmente para esquecê-la. Não achava justo ficar com uma jovem 15 anos mais nova que ele. Helena tinha uma vida pela frente, e quando ele fosse um senhor de 50 anos ela ainda seria uma mulher jovem e bonita.A vida nem sempre era justa, era assim que ele pensava sobre a vida. Nunca foi capaz de fazer o que realmente quiz, na maioria das vezes ele fazia aquilo que se via impulsionado a fazer, sempre se preocupando em medir os pros e os contras, sempre pensando em como as pessoas o julgariam por suas tomadas de decisões. Esse era o único motivo de não ter assumido para Helena que também se sentia atraído por ela que o seu coração também disparava quando ela estava perto dele, isso é, bastava ele pensar nela para que o seu coração disparasse, como estava acontecendo naquele momento.Helena estava com 20 anos, mas logo faria 21, ele se lembrava bem da sua data de aniversário, afinal foi em seu aniversário de 18 anos que tudo mudou entre eles.Como ela estaria? Ele pensa. Será que ainda mantinha os cabelos longos? Será que continuava magrinha? Será que ainda tinha a mesma alegria, teria ela namorado? Esse pensamento o faz se sentir incomodado, não gostava da ideia dela beijando um outro homem, ou mesmo fazendo amor com outro.Se fosse assim ela não estaria errada, foi ele mesmo quem a mandou embora, pedindo que o esquecesse, foi ele mesmo quem disse a ela que nunca namoraria com ela. Ele só não lhe disse que tinha medo dela se apaixonar por outro mais jovem que ele e o abandonasse, e também que tinha medo que as pessoas o acusassem de assediar uma jovem que tinha a idade de seu sobrinho, tinha medo que a sua reputação fosse pelo ralo por se envolver com uma jovem que dormia desde os 15 anos em sua casa.Quando se tem medo é preciso ter muito cuidado, o medo as vezes torna quem o tem em uma pessoa covarde, que se nega a fazer o que realmente quer por medo de ser julgado, medo de decepcionar alguém, ou mesmo, medo do arrependimento que possa ter um dia, esquecendo que as vezes o pior arrependimento é não tentar fazer algo por si mesmo, deixando as oportunidades passarem levando com elas a chance de ser realmente feliz. Assim Fernando se lamentavaHelena estava com Júlia e Ágata no quarto, Aurora e Bernardo estavam com o pai as esperando na sala.— Anda Ágata, você vai atrasar a sua irmã. — Helena apressa a filha que estava acabando de se arrumar.— Espera mamãe, já estou acabando, só falta um batom e pronto, estou pronta e linda.— Quem vai se apresentar é Aurora e não você que nem dançar sabe.— Falou a dançarina formada. — Ágata debocha da irmã que era uma das melhores alunas de balé — Não vou ser dançarina e muito menos cantora, vou ser empresaria, vou ser a sucessora do papai.— Parabéns, eu ainda nem sei o que eu quero ser quando crescer, sou muito criança para pensar nisso.— Chega vocês duas, e vamos que o pai de vocês está nos esperando!Ágata vestia uma calça jogge branca e calçava tênis e usava uma t-shirt com flores aplicadas, usava os cabelos longos presos em um rabo de cavalo e uma maquiagem básica que a mãe deixava usar, nada de exageros. Julia vestia um vestido florido até os joelhos e nos pés uma sandália bran
Aos poucos Fernando e Helena conseguiram amenizar o ciúme de Aurora, eles tinham o cuidado de incluí-la nos cuidados com os recém nascidos, que cresciam fortes e saudáveis com as irmãs maiores sempre por perto.Ágata quando chegava da escolinha corria para o banheiro, pois a mãe só deixava ela brincar com eles depois do banho, e assim ela não queria perder tempo, um dia Helena a encontrou puxando Bernardo pelas pernas que ria balançando os bracinhos. Aurora mais os vigiava, colocando a chupeta na boca quando eles choravam ou mesmo cantando para eles se acalmarem como ela dizia, mas Ágata se pudesse os arrastava para brincar com ela.Quando eles conseguiram sentar, Ágata já queria que eles ficassem de pé para andar. Ela brincava de bola com Bernardo, jogando para ele e o ensinando a jogar de volta, mesmo que ele não tivesse senso de direção ainda, ela também brincava de jogos de montar com Júlia que mais desmontava do que montava, e quando Ágata cansava de brincar "sozinha" ela chamava
Helena ainda falava quando sente uma pontada aguda em baixo da barriga, a fazendo soltar um gemido e mais uma vez ela puxa o ar e solta pela boca, mas antes que ela se recupere, sente outra pontada, e outra e outra.— Tia, as contrações. — Fala controlando a respiração como a médica tinha lhe ensinado.— Sente-se aqui, vou chamar Fernando.Mas antes que Helena consiga se sentar, sente uma água descer por suas pernas a deixando apavorada, pois ela sabia o que era, com Ágata e Aurora não foi assim, pois ela as teve cesariana.— Tia, os bebês, eles vão nascer, a bolsa estorou.— Ai meu Deus!!! FERNANDO, FERNANDO!!!!— Soraia grita e não apenas Fernando aparece, mas todos que estavam na casa.Fernando deu um salto ao ouvir Soraia gritando, pensou que Helena tivesse caído ou algo assim. Ao saberem o que estava acontecendo, cria-se um alvoroço e Helena permanece ali se apoiando na parede. Ana pega Ágata e Aurora pelas mãos e sobe com elas para o quarto, com Ágata reclamando que não queria ir
Helena pensou que após os primeiros meses de gravidez os desconfortos acabassem, assim como foi na gravidez de Aurora e Ágata, mas estava enganada. Os meses se passaram e pouca coisa mudou, isso sem falar na preocupação que ainda tinha dentro dela, mesmo a médica dizendo que as crianças nasceriam saudáveis, Helena continuava sentindo muito medo, afinal só soube do problema de Aurora quando ela nasceu, sua preocupação era tão grande que a fazia ter pesadelos, mas Fernando sempre a confortava, tentando convencê-la de que daria tudo certo.Ana agora era quem buscava as gêmeas na escolinha, e ficava com elas até Fernando chegar, mas sempre na companhia de Helena, que mesmo remando com o seu barrigão não deixava de dar atenção as filhas. Aurora não sentia muito ciúmes da mãe com os bebês, o problema dela era quando via o pai falando com eles, ou mesmo fazendo carinho na barriga de Helena, ela chegava a agir como Ágata quando estava irritada, gritando e chorando, mas era Fernando a pegar no
Helena estava em sua loja mudando o cardápio, iria acrescentar algumas novidades, doces que ela mesma havia criado mas que engordavam, isso a pedido de alguns clientes que frequentavam a doceria pois, alguns frequentadores tinham problemas de baixo açúcar no sangue e esses precisavam aumentar a glicose e ela não podia deixar de agradar a todos. Estava em seu escritório trabalhando quando recebe uma ligação do pai.— Oi papai.— Filha, é Benicio.— Nasceu?— Estou no hospital.— Benicio nasceu? — Helena insiste com a pergunta.— Sim, ele nasceu, Benicio nasceu.— Parabéns papai!!!— Bernardo estava tão feliz que foi difícil Helena entender a princípio, se tinha nascido ou se ia nascer — Como está Camila?— Ela está bem, o parto foi normal, sofreu um pouco, mas agora ela está bem e Benicio é muito lindo.— Então parece com o senhor — Helena o responde rindo.— Camila também disse que ele se parece comigo. — Bernardo estava tão feliz que era impossível não perceber que ele sorria enquanto
Helena não queria acreditar no que a médica lhes dizia, um pavor toma conta dela, tudo o que conseguia pensar era um outro filho com o mesmo problema de Aurora, começou a se sentir irresponsável e quis acreditar que a médica estivesse brincando.— Está brincando, não é doutora? Claro que é brincadeira, só porque sabe que já temos as gêmeas. — Se forçava a rir mesmo com a voz embargada pela vontade de chorar que sentia.— Helena, eu não estou brincando, você está grávida novamente de gêmeos. — Helena começa a chorar, só consegue se lembrar de tudo o que passou com Aurora, e se dessa vez não tivessem tanta sorte e o seu bebê não sobrevivesse.— Amor, não fica assim...— E se... e se... — Helena soluça, virando o rosto para a parede — E se um deles não for saudável?— Helena, ter um filho com cardiopatia congênita, não significa que os outros filhos terão o mesmo problema — A médica tenta a tranquilizar — Tente ficar calma.As palavras da médica de nada adiantaram, Helena saiu do consult
Último capítulo