Capítulo 4

Helena depois que Ágata dormiu, vai para sala e encontra o pai assistindo o noticiário.

— Dormiram?

— Sim, Aurora está tão ansiosa com o aniversário amanhã, que estou começando a me preocupar.

— Ela vai ficar bem, é que ela está crescendo e diferente de Ágata, ela é mais perspicaz — Bernardo olha para a filha — Desde que disse a elas que o pai estava viajando, ela quer conhecê-lo.

Helena prefere não responder, sua história com Fernando começou quando ela passou para uma faculdade pública no Rio de Janeiro, desde então ela foi morar com Soraia. Helena estava com 15 anos, e nem acreditou quando viu sua aprovação pois, tinha acabado de terminar o ensino médio e fez a prova a nível de conhecimento. Ela sempre foi muito estudiosa e inteligente, o que a ajudou a passar na primeira tentativa para o curso de Nutrição.

Nutrição sempre foi o que desejou cursar, mesmo que o pai e a tia achasse loucura, já que ela adorava fazer doces e bolos, engordando a todos que experimentassem as suas guloseimas. Mas ela dizia ser esse o motivo, pois não acreditava que alguém que precisasse fazer dieta precisasse fazer tantas restrições. O curso lhe ajudou a preparar doces e bolos com ingredientes diferenciados que lhe garantiam uma boa saúde.

Quando começou os estudos só pensava nisso, em estudar, até conhecer Murilo, que a levou a conhecer Fernando, a sua perdição, aquele que entrou em seu coração e nos seus pensamentos, que a fazia suspirar quando o via e o fazia fugir quando ela se aproximava dele.

Bernardo, o pai de Helena, a olha e sabe que algo a está incomodando.

— Que carinha é essa, está preocupada? — Pergunta ao ver a filha lhe agarrar o braço.

– Papai, eu atrapalho a sua vida? — A pergunta o deixa sem entender.

— Do que está falando? Você jamais atrapalharia a minha vida.

— Então por qual motivo o senhor não se casou novamente? — Ele apenas sorri, apoiando a cabeça na cabeça da filha que repousava sobre os seus ombros.

— Sua tia já foi lhe falar besteira.

— Tia Soraia sempre foi como uma mãe para mim, e ela jamais me diria algo que não fosse verdade.

— Você não atrapalha a minha vida, não me casei pois não encontrei alguém a quem quisesse do meu lado.

— Jura?

— Eu juro. Mas quem sabe eu ainda encontre — Responde rindo.

— Saiba que eu torço muito para que isso aconteça. O senhor ainda é jovem e muito bonito, tenho certeza que é muito paquerado — Helena também responde rindo.

— Não exagere. — Eles ficam rindo — Helena, filha — O jeito que o pai a chama a faz olhar para ele — O que acha de procurar o pai das meninas, Aurora não para de falar dele. Você sabe a minha opinião sobre isso, não é por me negar a cuidar delas, mas por eu achar que o pai tem o direito de saber, e as meninas o direito de o conhecer — Eles ficam em silêncio por um tempo — Quem é ele, Helena? Eu o conheço?

— O senhor não o conhece, mas acredite ele é um bom homem, responsável e honesto, e se soubesse das meninas já as teria colocado debaixo de suas asas, ele é assim, protetor.

— Quanto mais o tempo passar mais ele irá ficar aborrecido quando souber das filhas.

— Esquece o pai das meninas papai. Mas eu prometo que vou pensar sobre o assunto.

— O que houve entre vocês, por que não deu certo?

— Porque ele é um cego e idiota — Responde rindo — Mas vamos esquecer isso, agora eu vou dormir, amanhã preciso acordar cedo, tenho muita coisa para fazer — Ela se despede do pai e vai para o seu quarto, mas não consegue dormir, a ligação de Murirlo fez ela voltar a pensar em Fernando, o seu grande amor.

...

Na manhã seguinte foi uma correria. Na casa trabalhava Ana que cuidava das meninas, e Selma que cuidava da casa e das refeições.

— Helena, Ágata já quer vestir a roupa do aniversário e confesso, está difícil a convencer do contrário. — Ana chega pedindo ajuda da mãe.

Helena deixa o que está fazendo e vai até o quarto das filhas, enquanto Aurora brincava com a sua boneca de pano, Ágata estava agarrada ao vestido da festa.

— Filha, ainda não é hora de se arrumar, a mamãe ainda está arrumando as coisas para a festa, que tal me ajudar?

— Mamãe, mamãe, eu não sujo eu.

— Se diz: eu não me sujo. — Helena corrigi — Mesmo assim, não é para se vestir agora, só na hora da festa. Venha! Deixa eu colocar esse outro vestido em você — Mesmo com Ágata chorando ela a veste com um outro vestido a levando do quarto com ela gritando que queria o outro vestido — Coloque esses docinhos na bandeja — A ordem a faz parar de gritar, e ela se senta onde a mãe manda. Ali ela fica colocando os docinhos nas forminhas coloridas — Sem os comer, se não vai ficar com dor na barriga.

Helena a repreende ao ver ela comendo mais do que os colocando nas formas, mesmo assim ela ainda comeu alguns, mas Helena fingia não ver, já que aqueles eram os especiais, para que Aurora também pudesse comer.

— Tia, pode levar essas bandejas e colocar na mesa onde ficará o bolo?

— Claro, são essas aqui?

— Sim.

— Está tudo tão lindo, fico chocada como a sua mãe pode deixar de vir no aniversário das netas.

— Nem nos meus ela vinha. Ela nunca foi minha mãe, apenas me gerou, nada mais que isso. Você é a minha mamãe, a minha mamãe do coração. — Helena abraça a tia a enchendo de beijos.

— Pare com isso Helena, você não é mais aquela moleca.

— Mas a senhora ainda é a minha tia preferida.

— Você só tem a mim de tia, não tente me enganar — Soraia responde rindo.

— E quanto a papai, ele vai se casar de novo com uma mulher muito bonita, que o mereça.

— Tem Camila, a velha paixão dele, e quanto a ser bonita, você acertou, ela deve ter seus trinta e pouco e é uma mulher muito bonita, mora sozinha e é advogada.

— Aprovada, se tia Soraia gosta dela, eu também vou gostar.

— Vocês estão invetando moda, já sou um velho com filha e netas — Bernardo chega rindo ao ouvir a conversa das duas.

— Deixe de ser ridículo, Bernardo. Desde quando um quarentão é velho?

— Papai ainda vai fazer quarenta, ele ainda é muito jovem — Soraia olha para Helena e sorri de lado, pois sabia o motivo de tanta veemência em alegar que o pai não era velho, era apenas por saber que Fernando e ele eram quase da mesma idade.

— Sei... — Sorai segue levando as bandejas para a mesa. Helena preparou um bolo todo especial, para a sua pequena Aurora, ela merecia comer um pedaço, por isso ela fez com produtos selecionados, nada de açúcar, substituindo por mel puro, nada de trigo, substituiu por aveia, e assim ela fez um bolo decoraco com frutas, e tudo mais que Aurora pudesse comer. Para os convidados, havia bolo de creme embalados e já prontos para serem consumidos.

A festa foi perfeita, com as meninas vestidas em seus vestidos brancos com laços rosas, elas estavam iguais, mas não havia como as confundir por serem diferentes no tamanho e na aparência.

Helena estava no meio da festa com Aurora nos braços, quando o seu telefone toca, ela estava tão distraída com Aurora falando com sua voz doce que aceitou a chamada sem se dar conta de quem era.

— Alô!

— Mamãe, o papai vem versário? — Essa foi a pergunta que a pessoa do outro lado pôde ouvir.

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