Os dias que antecederam a reunião do conselho foram um inferno de alta pressão. Segunda e terça-feira se fundiram em um borrão de dezoito horas de trabalho por dia. A penthouse de Pedro se tornara um bunker, onde eles, como os únicos dois habitantes de um mundo sitiado, preparavam sua defesa. Analisaram cada cláusula do estatuto da empresa, cada transação da fundação, cada e-mail trocado por Arthur Sampaio nos últimos seis meses. Estavam exaustos, no limite, a adrenalina e a cafeína os mantendo de pé.
Nessa proximidade forçada, a promessa de um futuro que Pedro fizera se tornou uma tortura silenciosa. A atração entre eles era uma corrente viva, crepitando sob a superfície de cada discussão estratégica. Um roçar de mãos ao pegar o mesmo documento, um olhar que se estendia por um segundo a mais sobre um gráfico financeiro, a consciência constante do corpo um do outro na quietude da madrugada. O jogo de sedução não havia parado; apenas se tornara mais sutil, mais perigoso.
Na terça-fei