A notícia no ecrã do celular era um veneno, uma tentativa calculada de Lúcia para invadir a intimidade deles e transformá-la em paranoia. Isabella viu o corpo de Pedro enrijecer, a fúria a irradiar dele em ondas palpáveis. Ela preparou-se para a explosão, para as ordens, para o início da contraofensiva. Esperava que ele se transformasse de volta no general impiedoso.
Mas Pedro, pela primeira vez, fez o inesperado.
Ele olhou para a fúria no seu próprio reflexo no ecrã escuro, depois ergueu o olhar para Isabella, para a preocupação genuína no rosto dela. E tomou uma decisão. Lúcia queria que ele reagisse com raiva, que se afogasse no passado. A maior afronta, a maior demonstração de poder, era negar-lhe essa satisfação.
Com um movimento deliberado, ele desligou o celular e o atirou para o sofá.
— A guerra lá fora pode esperar — disse ele, a sua voz um rosnado baixo, mas a fúria já não era o tom principal. Havia algo mais, uma determinação sombria e possessiva. Ele caminhou até à mes