As palavras dele – "você vai me mostrar a quem você pertence" – não foram uma pergunta. Foram o som de uma porta a trancar-se, de um destino a ser selado. O ar na sala tornou-se denso, pesado, carregado com a eletricidade de um relâmpago prestes a cair.
Isabella não respondeu com palavras. A estratega dentro dela, a rainha fria e calculista, estava morta, afogada na tempestade de desejo que ele criava. Em seu lugar, estava apenas a mulher. E a mulher respondeu na única língua que importava naquele momento. Ela arqueou ligeiramente as costas contra os lençóis de seda preta, um movimento fluido e quase imperceptível, uma rendição silenciosa que foi, ao mesmo tempo, um convite. Um desafio.
O sorriso que se espalhou pelo rosto de Pedro foi lento, predatório e cheio de um triunfo sombrio. Ele a tinha. Completamente.
Ele não se apressou. A vitória era para ser saboreada. Com uma lentidão que era uma tortura, ele estendeu a mão e encontrou o fecho invisível na lateral do seu vestido esmer