ARIANA

Chegamos à festa de Leide Dylon. Fomos bem recebidos e conduzidos a uma mesa. A festa exalava luxo, com tudo em dourado, mostrando a força e o peso que o sobrenome Dylon carrega na sociedade. Meus pais me exibiam como um troféu. Nunca conheci tanta gente em uma noite só. A anfitriã da festa veio até a nossa mesa, exalando luxo em um belíssimo vestido e com uma alegria contagiante.

— É um prazer enorme recebê-los, Joel e Lucíola, sejam bem-vindos! Quero conhecer essa linda mulher que os acompanha — Leide me encarou.

— Nossa filha, Ariana, nosso tesouro — Papai me apresentou a ela.

— Ariana, seja bem-vinda à minha festa. É um prazer conhecê-la. Quero que aproveite bastante a festa toda.

— O prazer é todo meu e obrigada pela recepção maravilhosa.

Fiquei encantada com a simpatia da senhora Leide. Ela quis saber mais de mim e conversamos um pouco sobre as viagens que fiz para outros países. Ela ficou fascinada com o meu trabalho.

Fico admirada com a luz que Leide carrega. Senti-me à vontade em sua festa. Enquanto meus pais foram dançar, aproveitei para ir ao banheiro. Ao voltar, parei um pouco perto da pista de dança para admirá-los se divertindo. Acabei sendo encontrada por Leide, que trazia consigo um homem alto, de cabelos castanhos-claros, que ela me apresentou como seu sobrinho.

O olhar dele é frio e sedutor. O homem usa o sobrenome Dylon como seu nome. A sua beleza é algo que não passa despercebido, chamando muita atenção. O seu rosto é perfeito, mas na minha frente não havia um homem feliz. Ele não estava à vontade na minha presença, percebi pela sua tensão.

Foi só a sua tia nos deixar a sós, e ele me deu um fora, sem que ao menos tivesse passado pela minha cabeça conversar com ele. Ainda bem que tenho maturidade suficiente para entender certos olhares e atitudes. Não sou mais cega. Eu o tranquilizei, deixando claro que também não estou em busca de relacionamentos, e muito menos de forma forçada. Pelo tom de sua fala e pelo seu comportamento, ele foge de se apegar a alguém.

Dylon me deixou sozinha, e eu fiquei pensativa. Com certeza, tia Leide me viu como uma possível namorada para ele. Se tem algo que não quero mais para mim, é tentar me diminuir para caber no mundo de alguém. No nosso meio, a maioria dos namoros são falsos, uniões em prol de negócios, e isso não dá mais. É tanto que prefiro trabalhar com crianças, pois elas sim são verdadeiras.

Voltei para a mesa e me sentei sozinha. Algumas crianças da família Dylon vieram me fazer companhia. Eles me encheram de perguntas e foram as melhores companhias. Comi até um docinho trazido por eles. Meus pais voltaram para a mesa, estavam radiantes e não se cansavam de falar o quanto estavam felizes por eu ter aceitado ir com eles. Meu pai, muito animado, foi dançar novamente com minha mãe, e eu fiquei sozinha de novo. Então, a senhora Leide veio na minha direção.

— É uma pena você e o meu sobrinho não estarem conversando. Aquele menino não quer compromisso com ninguém. Pensei que seriam, ao menos, amigos — Leide lamentou.

— Não nos tornamos amigos, mas o bom é que ele é sincero e eu também. Ambos não estamos buscando relacionamentos. Deixe o seu sobrinho viver do seu modo. Dylon é feliz assim e ninguém precisa interferir na sua vida pessoal — Aconselhei.

— Você está certa, Ariana. Eu amei te conhecer, quero ser sua amiga e conte comigo para o que precisar — Leide me abraçou.

Em seguida, ela saiu e eu lembrei que tinha deixado o celular no carro. Fui ao estacionamento buscá-lo e, de longe, vi um homem passando mal. Corri o mais rápido que pude para ajudá-lo e vi que era Dylon. Rapidamente me agachei para ajudá-lo. Ao tocar o seu pulso e perceber que ele estava ofegante, descartei a hipótese de um infarto e concluí que era uma crise de ansiedade. Eu o acalmei e pedi que ele respirasse fundo. Ele segurou minha mão com força, com um olhar que exalava medo, e aos poucos foi melhorando, o que me alegrou. Vendo-o mais calmo, o aconselhei a procurar um médico para começar um tratamento.

Dylon, por sua vez, me tratou muito mal, acusando-me de estar seguindo-o apenas para ser notada. Fiquei perplexa com as suas acusações e tive que me defender, falando no mesmo tom que ele. Nunca vi um homem tão bravo e tão arisco comigo por eu ter lhe ajudado e orientado a buscar ajuda médica.

Fiquei sozinha no estacionamento, e Dylon seguiu sem rumo. Peguei meu celular e voltei para a festa. Falei com meus pais que queria ir embora. Depois do que aconteceu, a minha cama era o melhor lugar. Meus pais concordaram em vir comigo. Nos despedimos da senhora Leide e viemos embora. Durante o caminho, meus pais conversaram comigo.

— Filha, vimos você conversando com Loan Dylon. Estou curiosa para saber o que tanto…

— O nome dele é Loan? — Perguntei surpresa.

— Sim, mas todos o chamam apenas de Dylon, que é um sobrenome forte. Ele optou por ser chamado assim — mamãe me respondeu.

— A senhora Leide nos apresentou e cada um foi para o seu lado — Falei, lembrando do que aconteceu no estacionamento.

Não contarei nada para minha mãe, nem para ninguém. Como Dylon pediu, eu tenho que esquecer o que aconteceu hoje à noite.

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