O tempo dentro do apartamento de Giovanni parecia ter congelado. As paredes imponentes já não ofereciam conforto, apenas ecoavam um silêncio gélido, impenetrável, quase hostil. Nenhuma brisa, nenhum som. Apenas a ausência pesada e absoluta preenchia cada canto como se já soubesse o que estava prestes a acontecer.
Sophia permaneceu horas trancada no quarto.
Por mais que tentasse conter as lágrimas, era inútil. Elas vinham como uma avalanche silenciosa, carregadas de dor, de mágoa, de um orgulho ferido e de uma esperança desfeita. Chorou pelo que sentia, mas também pelo que não sentiu da parte dele. Nenhum gesto. Nenhuma palavra. Nenhuma defesa. Giovanni a tinha deixado sozinha e, pior, a tinha deixado sentir-se sozinha.
Sentada à beira da cama, os cabelos desgrenhados caindo sobre o rosto, ela olhava as próprias mãos, tentando decifrar o que ainda restava dela ali. Sabia que havia aceitado entrar no mundo de Giovanni por causa de sua irmã, mas ficar… isso foi escolha sua. Ela entrou