O caminho de volta para casa foi silencioso.O motorista do não tentou conversar. Talvez porque o olhar de Sophia dissesse mais do que qualquer palavra. Os olhos fixos na cidade que se desenrolava lá fora , indiferente à dor que queimava dentro dela.Ao chegar no prédio modesto onde morava com a mãe e a irmãzinha, subiu os degraus como se cada passo pesasse cem quilos. E quando abriu a porta do apartamento, foi recebida por um aroma familiar: café fresco e pão quentinho.Blanca estava na cozinha, com os cabelos presos em um coque alto e o avental florido. Virou-se ao ouvir o som da porta.— Sophia?Sophia forçou um sorriso.— Bom dia, mãe.Blanca saiu de trás do balcão. Não disse nada no início. Apenas olhou a filha de cima a baixo. O rosto abatido, os olhos vermelhos, a alma gritando em silêncio.— Quer conversar? — perguntou baixinho, aproximando-se.Sophia tentou responder, quis ser forte, mas ao encarar os olhos verdes da mãe… desabou.As lágrimas vieram com força, e ela caiu nos
Sophia terminava o chá quando o celular vibrou sobre a mesa da lanchonete. Era uma notificação direta.Giovanni Bianchi.O nome sozinho já bastava para fazer o sangue correr mais rápido.Ela hesitou por um segundo antes de desbloquear a tela.Hoje às 20h.Evento com empresários da Ásia. Você irá comigo.Vista algo adequado. Teremos fotógrafos e investidores.Prepare-se também para o fim de semana. Você dormirá na cobertura.Nada mais.Nenhuma saudação. Nenhuma explicação emocional. Nenhum “por favor”.Era ele. Seco, dominante, imperioso.E, pela primeira vez, aquilo a fez sorrir, mas não como antes.Agora, o sorriso de Sophia tinha algo diferente. Algo ardente e calmo ao mesmo tempo. Como uma tempestade que escolheu o próprio momento para cair.Ela virou o celular para Amélia, que leu a mensagem com as sobrancelhas erguidas.— Ele te chamou para sair?— Exatamente como você previu. — disse Sophia, erguendo a xícara. — Parece que a ausência começou a doer.Amélia sorriu, satisfeita.—
O carro era um campo de guerra silencioso. O motorista olhava fixamente para frente, como se sua vida dependesse de ignorar o que acontecia no banco de trás.Giovanni estava com as mãos cruzadas, os olhos cravados no escuro da janela. A tensão em seu maxilar poderia quebrar ossos. Sophia manteve-se em silêncio. Mas dentro dela… o coração galopava.Porque ela sentia que estava sendo puxada para algo mais profundo e que talvez Giovanni estivesse começando a se mostrar.Ao entrarem no prédio, ele não disse uma palavra. Mas o modo como a guiou com a mão nas costas era quase uma prisão.Subiram no elevador sozinhos. Sophia sentiu a pele formigar e quando a porta do apartamento se fechou, o silêncio explodiu.Giovanni virou-se, e então ela viu: os olhos estavam em brasa.— O que foi aquilo, Sophia?— O quê, senhor?— Não se faça de ingênua. Eu vi o que fez. Vi cada olhar, cada sorriso, cada provocação. Você dançou com todos naquele salão sem sair do meu lado.— Eu apenas respirei, senhor. —
A porta pesada do The Black Room se fechou atrás deles, selando Sophia em um mundo que não lhe pertencia, mas que, de alguma forma, parecia ter sido feito para ela.Seu coração batia frenético contra o peito, não por medo, mas pela promessa do desconhecido. O ar era carregado, denso com uma eletricidade que parecia vibrar em sintonia com seu próprio corpo. O perfume amadeirado de Giovanni envolvia seus sentidos, um lembrete constante da presença dominante dele, enquanto sua mão firme a guiava com precisão, pressionando a base de suas costas nuas.Ela sentia o calor dele, a força silenciosa que exalava de cada movimento, de cada toque, de cada palavra não dita.— Confie em mim, Sophia. — A voz dele veio baixa, um sussurro grave que reverberou por sua espinha como uma promessa perigosa.Ela engoliu em seco, seus dedos tremendo levemente, mas não recuou. Porque, apesar do desconhecido, apesar da tensão quase insuportável entre eles, ela queria aquilo.O quarto era um santuário de control
— Sophia… — Amélia chamou baixinho, puxando a cadeira e sentando-se ao seu lado. Seus olhos escuros estavam carregados de preocupação. — Você não pode continuar assim. Se matar de trabalhar em dois empregos não será suficiente, você precisa de uma solução real.Sophia apertou os olhos, sentindo as lágrimas ameaçarem cair.Jogou sobre a mesa, a carta do hospital onde informava o prazo final da cirurgia da sua irmã. Hanna, tinha apenas cinco anos e sofria de uma condição cardíaca grave que necessitava de uma cirurgia de urgência, apenas essa cirurgia salvaria a vida de Hanna e o tempo estava se esgotando. — E qual é a solução, Amélia? Eu já tentei tudo! Bancos, empréstimos, associações de caridade… ninguém quer ajudar. O hospital exige o pagamento antes da cirurgia. Se eu não conseguir esse dinheiro em dois meses, Hanna…Ela não terminou a frase, a dor que sentiu apenas em pensar na possibilidade de perder sua irmã era demais para ela. Amélia respirou fundo, hesitando mas pensou em al
Giovanni Bianchi era um homem machucado, um homem que conheceu um tipo de amor doentio e sádico. Um amor que o transformou no que ele era hoje, frio e sem coração. Mas por trás de toda a frieza e controle, havia um lado de Giovanni que quase ninguém conhecia.Apenas duas pessoas no mundo conseguiam enxergar além da máscara do magnata implacável: sua mãe, Isabella, e sua irmã caçula, Antonella.Com elas, ele era diferente.Ainda que tivesse herdado a rigidez e a disciplina do pai, sua mãe sempre foi o seu equilíbrio. Isabella Bianchi era a única que ainda via nele o garoto que um dia acreditou em sentimentos, antes que as pessoas o tornassem tão cético. Sua relação com Antonella era ainda mais intensa. Dez anos mais nova, a irmã era sua fraqueza. Ele a protegia como um guardião implacável, certificando-se de que nada, nem ninguém, a machucasse.Mas para o resto do mundo, Giovanni Bianchi era apenas o bilionário intocável, o homem de negócios dominador e implacável.O aroma amadeirado
O restaurante luxuoso estava banhado por uma iluminação quente e elegante, refletida nas taças de cristal dispostas sobre as mesas de linho impecável. O som discreto de conversas e risadas se misturava ao tilintar dos talheres, criando uma sinfonia refinada de sofisticação e exclusividade.Giovanni estava sentado em um dos melhores lugares do salão, girando lentamente o uísque em seu copo de cristal, seu olhar afiado varrendo o ambiente com impaciência contida.Vitor havia entrado em contato pessoalmente com o dono da Elite Diamonds, garantindo que a garota escolhida se encaixava em todos os requisitos do empresário. Mas Giovanni, um homem acostumado a exigir o melhor e aceitar nada menos do que a perfeição, permanecia cético.Por isso, ele marcou aquele jantar.Não gostava de surpresas.Não gostava de perder tempo.E, acima de tudo, não gostava de se decepcionar.Mas quando ergueu o olhar e viu a mulher atravessando o salão em sua direção, algo dentro dele estremeceu.Seu corpo ficou
Giovanni BianchiAssim que meus olhos capturaram cada detalhe dela, percebo que estou diante de algo muito além do que esperava. Sophia Romano não é apenas uma acompanhante bem vestida para um final de semana na Itália. Não… Ela é um pecado encarnado, um convite irresistível ao desejo.O vestido vermelho que desliza sobre suas curvas me provoca de uma maneira que nenhuma outra mulher conseguiu em muito tempo. É como se ela tivesse sido moldada para testar meu autocontrole, para atiçar um fogo que eu mantive adormecido. Seus cabelos negros presos num coque alto revelam a extensão delicada de seu pescoço. Sua pele suave, feita para ser marcada.E aqueles olhos?Verdes, intensos, hipnotizantes. Eles me encaram como se buscassem algo dentro de mim, como se tivessem o poder de enxergar além da fachada impenetrável que construí ao longo dos anos. Algo dentro do meu peito se contraiu com essa constatação.Ela não tem ideia do que acaba de despertar.Meu lado dominador, sempre presente, sempr