A chuva caía com delicadeza sobre Manhattan naquela noite de outono, como se o céu derramasse lágrimas silenciosas sobre uma cidade que jamais parava. As gotas batiam contra os vidros dos arranha-céus e escorriam em fios tortuosos, desenhando mapas efêmeros sobre as fachadas envidraçadas. A brisa úmida trazia o cheiro de concreto molhado, gasolina e um resquício de folhas secas espalhadas pelas calçadas. Era uma noite melancólica, daquelas que pareciam prenunciar o retorno de fantasmas antigos.
No Upper East Side, um dos restaurantes franceses mais exclusivos da cidade pulsava com sua elegância sóbria e atemporal. A fachada discreta escondia um ambiente luxuoso e intimista. Lustres de cristal lançavam reflexos suaves sobre o chão de mármore. As paredes em tons de vinho escuro, as cortinas pe