Marie Leroy
As portas do restaurante mal se fecharam atrás de mim. Eu nem lembro como desci aquelas escadas. Só sei que o som dos meus saltos ecoava como uma marcha de guerra, e cada passo era um trovão dentro do meu peito.
Como ele ousa?
Como Giovanni ousa olhar nos meus olhos com aquela calma calculada, aquela frieza estratégica, como se eu fosse uma nota de rodapé na história dele? Como se tudo o que vivemos pudesse ser varrido da memória com um aceno de mão, com uma gravata bem posta e palavras afiadas?
Eu ri. Uma risada vazia, amarga, cortante. O motorista tentou abrir a porta do carro pra mim, mas eu o empurrei. Ele arregalou os olhos, mas não disse nada. Nem ousou. Durante tod