O silêncio no quarto parecia mais pesado do que o habitual. Rafael estava ali, ao lado da cama de seu pai, Pedro Moretti, os dois envolvidos em uma tensão quase palpável. A respiração de Pedro estava cada vez mais fraca, os batimentos cardíacos cada vez mais espaçados. O tempo estava se esgotando, mas naquele momento, o velho homem parecia estar fazendo um esforço para se expressar, como se todas as palavras não ditas ao longo dos anos finalmente estivessem tentando sair, antes que fosse tarde demais.
Helena estava ali também, discretamente afastada, mas sempre presente, observando Rafael. Ela sabia que esse momento era crucial, não apenas para ele, mas para o que restava da relação entre pai e filho. Rafael tinha tentado por tanto tempo reparar o que estava quebrado, mas a verdade é que as palavras e ações de seu pai haviam causado cicatrizes profundas. Ele sempre acreditou que Pedro o odiava, que ele nunca seria digno de perdão. Agora, naquele quarto de hospital, ele