O hospital parecia um campo de batalha após a guerra.
Mesmo com a emergência sob controle, a tensão ainda pairava no ar. A adrenalina começava a deixar o corpo, e com ela vinham a dor, o cansaço... e tudo o que estava sendo empurrado para o fundo.
Helena caminhava pelos corredores quase como um fantasma. Tomara banho, trocara o uniforme ensanguentado, mas por dentro ainda carregava o peso das últimas horas.
Ela sabia que não era só o cansaço.
Sabia o que a consumia.
O olhar de Rafael.
O toque de sua mão.
A quase decisão de beijá-la.
A forma como ele lutava contra o que sentia.
E ela também estava lutando.
Não era só desejo.
Não mais.
Era a forma como ele a via — por trás da exaustão, da força, das camadas que ela construiu para sobreviver.
Era a forma como ele esteve lá quando ela mais precisava.
Ela parou ao lado do refeitório vazio e encostou-se à parede, tentando respirar fundo.
— Você está se escondendo? — a voz grave atrás dela não a fez pular. Ela reconheceria aquele timbre em q