Acordo tarde.
A luz que atravessa as frestas da cortina já denuncia que a manhã já se passou.
Levo um tempo olhando ao redor até perceber que Leonardo não está mais aqui.
O lado dele na cama está vazio, o lençol ainda amassado, o que me faz ter algumas lembranças.
Demorei para pegar no sono ontem.
A presença dele do meu lado foi estranha no começo…
Mas não do tipo ruim.
Foi diferente.
Leve, confortante e acolhedor.
E o mais surpreendente?
Não tive nenhum sonho ruim.
Nenhum pesadelo.
Nenhuma lembrança me arrancando do sono.
Foi a primeira vez, em muito tempo, que dormir não pareceu uma guerra.
Talvez isso diga mais do que estou pronta para admitir.
Me encolho na cama e abraço o travesseiro que ele usou.
Ainda tem o cheiro do shampoo dele, é maravilhoso.
Fecho os olhos e inspiro fundo.
É um cheiro que me acalma... e que também me deixa inquieta.
Porque sentir isso é reconhecer que ele está se tornando importante.
Demais.
E eu não sei se estou pronta para isso.
Ou talvez… no fundo… eu es