Uma aventura, uma batalha, um destino sendo traçado entre forças opostas que se enfrentarão pelo futuro daqueles que representam. Um rei exilado prepara-se para voltar para suas terras. Um Meio Orc lidera um grupo de mercenários e um grupo de soldados investiga o desaparecimento de uma guarnição.
Leer másUma forte ventania balançava a placa de madeira onde uma longa espada de duas mãos tinha sido esculpida. A Espada Dourada era a única taverna em Sulux e sendo assim o único refugio para viajantes e trabalhadores cansados.
A pequena aldeia de Sulux se encontrava perto da fronteira norte de Glaera dentro do condado de Balestia. Era um local pequeno e aconchegante com pouco mais de vinte famílias, cercada por uma frágil muralha de madeira. Seus habitantes eram principalmente grupos de lenhadores.
Dentro da taverna o calor reinava assim como a felicidade, músicos tocavam diversas canções para animar o povo enquanto alguns comerciantes faziam seus últimos negócios com um saco de moedas em uma mão e uma caneca de cerveja na outra. Alguns moradores que tinham trabalhado até tarde se aconchegavam ao redor das redondas mesas que ocupavam o interior da taverna, bebendo e comendo qualquer coisa que os aquecesse naquela noite de inverno. Os últimos integrantes dos clientes da Espada Dourada eram um pequeno grupo de soldados que resolveu passar seu curto tempo livre bebendo na taverna da aldeia.
Perto da lareira cinco soldados bebiam e rolavam dados em um simples jogo de apostas que tinha virado um ritual para os militares. Entre os cinco estava o tenente Alex, um homem alto de corpo atlético com longos cabelos loiros na altura dos ombros, seus olhos azuis estavam sempre atentos a qualquer coisa que acontecesse nos arredores.
A direita do tenente estava Jaerg, um jovem soldado de cabelo castanho claro encaracolado que se preparava para rolar os dados enquanto o velho sargento Bown escolhia um numero. Logo em seguida veio os irmãos Awern, Fred a direita do velho sargento e Fram a esquerda.
Os dados foram rolados e a soma dos três pequenos objetos dava quinze. Bown xingou baixo enquanto Jaerg explodia em uma gargalhada, os gêmeos Awern encolhiam os ombros de maneira idêntica como se fossem um o reflexo do outro.
- Parece que a vitoria é minha - Alex sorriu para os companheiros - vão querer mais uma?
- Eu passo - respondeu Bown azedamente.
Tão cedo meu velho? Pensou Alex sorrindo.
- Para mim já deu - Jaerg retirou os dados da mesa - e vocês dois?
Você também Jaerg?
- Basta para mim - responderam os gêmeos com a mesma voz ao mesmo tempo.
Então acabou? Não ganho mais nada essa noite?
Sorrindo o tenente se agachou e pegou as moedas que estavam sobre a mesa. Fez uma conta rápida e então ergueu a mão direita, em poucos segundo uma jovem de cabelo ondulado com uma tonalidade castanha se aproximou da mesa.
- O que posso fazer pelos senhores? – perguntou educadamente.
- Mais uma rodada para essa mesa, Clarisse – responde o tenente entregando algumas moedas para ela.
A jovem faz um aceno rápido e sumiu em meio a multidão de fregueses. Enquanto esperava o retorno dela, Alex olha em volta mantendo seus homens em seu campo de visão. Viu três deles conversando com um mercador perto das escadas. Mais dois conversando com algumas jovens da aldeia. Não arrumem confusão rapazes. E outros seis estavam sentados em uma mesa perto da fogueira onde bebiam e comiam prestando atenção aos músicos.
Um vulto chamou sua atenção de volta para perto da escada que levava para o corredor dos aposentos no andar superior da taverna. Uma jovem trajando calças grossas e uma camisa de manga comprida dourada descia arrumando os cabelos cacheados na altura do queixo. Atrás dela vinha um rapaz de cabelo claro amarrado em um rabo de cavalo. Assim que os dois chegaram ao salão eles se separam, ela indo em direção a mesa do tenente e ele seguindo para um corredor ao lado do balcão que levava a cozinha.
- Parece que alguém andou se divertindo - disse Jaerg com um longo sorriso estampado no rosto.
E como. Concordou mentalmente o tenente observando a jovem.
- Cale-se, pirralho – respondeu a jovem que se aproximava com passos largos.
Os outros quatro membros da mesa explodiram em gargalhadas ao verem ela corar. Alex viu uma cadeira vazia próxima a ele e a puxou dando um lugar para que se sentasse.
- Vamos, parem de brincar com ela - ele falou tentando esconder um sorriso. Andy era uma das poucas mulheres que faziam parte de seu batalhão, por isso Alex a considerada um membro especial, alem dela ser uma ótima arqueira e batedora é claro.
Os rapazes foram aos poucos parando de rir, mas Alex percebeu que Jaerg tinha ficado incomodado. Ele odeia ser chamado de pirralho por Andy. A diferença de idade entre eles era de dois anos, mas a garota tinha se mostrado muito mais madura que uma menina de sua idade surpreendendo a todos no batalhão ao decorrer do tempo.
*
Os seis começaram então uma conversa acirrada sobre algumas batalhas históricas. Jaerg comentava sobre Lorde Frederic Blumm, um nobre que viveu em Glaera a seiscentos anos atrás e na época invadiu o reino vizinho de Trastya para resgatar sua mulher sequestrada pelos Trastyanos. Hoje em dia a linhagem dos Blumm estava morta assim como o reino de Trastya que caiu deixando uma extensão de terras conhecidas hoje em dia como as Terras Desoladas. Andy e Bown preferiam fatos mais recentes como a campanha do General Fluvio, o Sagaz, que lutou contra os remanescentes dos Oito após a vitoria do rei e a fuga dos familiares dos traidores. O velho e a jovem discutiam ferozmente sobre as ações do general, Bown defendia a honra do general dizendo que suas ações tinham sido apenas o cumprimento de suas ordens, enquanto Andy acusava o general de ser cruel e degenerado. Alex tentava se concentrara na conversa dos dois, ele tinha sua própria opinião sobre o assunto, mas sabia que não devia dizer nada pois se falasse algo as coisas se complicariam cada vez mais.
Afinal, nenhum dos dois esta errado. Fluvio fez o que fez pois recebeu ordens para fazê-lo, mas ninguém aproveitou tanto daquela missão quanto ele mesmo.
Por fim Alex se cansou da discussão de seus subordinados e voltou para seu quarto após se despedir de seus companheiros. Nada como um bom descanso. Seu quarto era um pequeno retângulo no andar superior da taverna que ficava o mais próximo possível das escadas. Um habito que ele tinha ganhado com as antigas campanhas, já que uma vez um grupo de desertores resolveu atacar uma pousada onde Alex e alguns de seus homens estavam descansando de uma longa viagem. O tenente tinha ficado em um quarto que dava direto para a escada e ele pôde ouvir toda a confusão no andar inferior enquanto os desertores se preparavam para atacar o andar superior da pousada. Ele e seus homens já estavam prontos para a luta quando os bandidos subiram as escadas e rapidamente lidaram com eles. Depois desse dia Alex sempre escolhia o quarto vazio mais próximo das escadas por precaução.
É sempre bom se precaver.
O quarto dado ao tenente na Espada Dourada era pequeno e humilde, uma cama de solteiro com uma estante na cabeceira, um pequeno baú em baixo da janela que dava para o beco atrás da taverna. Caminhando até o baú ele retirou as botas que estava calçando e abriu o baú pegando de dentro dele uma sacola de couro de onde tirou alguns pergaminhos muito bem arrumados. Ele se sentou na cama e apoiou as costas na parede enquanto começava a ler um dos pergaminhos, era um relatório de um antigo serviço feito por seus homens a poucas semanas quando ainda estavam de serviço.
Mesmo nas férias eu tenho trabalho. Suspirou o tenente.
Leu atentamente o que estava no pergaminho antes de passar para o próximo e para o próximo e para o próximo. A vela sobre a estante iluminava o pequeno quarto com exatidão, mas antes que Alex percebesse a vela já tinha diminuído a um pequeno cotoco derretido, ele se apressou em pegar uma nova vela no baú e assim que à achou ouviu um leve som vindo da porta. O tenente retesou os músculos e procurou instintivamente o cabo de sua espada dentro do baú.
O som veio novamente, desta vez mais auto e decidido, mas mesmo assim baixo o suficiente para não incomodar os outros hospedes e foi isso que o fez relaxar, deixou a espada dentro do baú assim como a sacola com os pergaminhos e se dirigiu para a porta no momento que o som soou pela terceira vez.
O que pode ser a essa hora?
- Sim? – perguntou descansando a palma da mão na maçaneta.
- Tenente Alex? - a voz rouca de um homem veio do outro lado da porta – desculpe incomoda-lo senhor, mas algumas pessoas apareceram procurando pelo senhor. Val pediu para que eu viesse chama-lo.
Algumas pessoas? Quem saberia que eu estou aqui para vir me procurar? Alex franziu um pouco a testa.
- Agradeço o aviso, Gus - disse Alex abrindo a porta e observando o imenso segurança da taverna. Gustavo, ou Gus como era mais conhecido, era um homem com quase dois metros de altura e uma farta barba castanha salpicada de grisalho, seus músculos eram gigantescos e com aquela roupa de inverno ele podia ser confundido com um urso. - Onde estão essas pessoas?
- Me acompanhe - foi tudo que o grandalhão disse.
Alex não se queixou, simplesmente fechou a porta de seu quarto e seguiu Gus escada abaixo após trancar o quarto. Só percebeu o quanto estava tarde quando chegou ao bar da taverna e percebeu que não tinha mais ninguém ali. Já foram todos dormi? Ou será que alguns estão se divertindo? O pensamento o fez sorrir brevemente. Os dois continuaram andando pelo corredor ao lado do balcão onde o loiro de rabo de cavalo tinha entrado mais cedo. Após poucos passos o tenente se viu na cozinha da taverna, lá estavam Valentine a quem Gus tinha se referido como Val que era o velho dono da taverna e Demetris o jovem loiro. Alem dos dois se encontravam mais três pessoas na cozinha. E quem são esses aí? As três pessoas estavam encapuzadas, se mantendo perto da porta dos fundos do estabelecimento.
O tenente não reconheceu nenhum deles até que aquele que estava no centro deu um passo para frente e removeu o capuz revelando um lindo cabelo negro ondulado na altura dos ombros com uma tiara prateada que passava em uma fina linha cinzenta por sua testa. Seus olhos verdes refletiram as chamas das velas e seu sínico sorriso se abriu quando viu o olhar de espanto estampado no rosto de Alex.
Mas que porra ela esta fazendo aqui?
- Ei, ei, parece até que esta vendo um fantasma.
- Mayara? – perguntou Alex com a voz esganiçada pela surpresa.
Ele não sentia mais frio, as capas grossas com varias camadas de peles tinham sido deixadas de lado e agora vesti sua armadura com uma fina camisa por baixo. Sentado sobre um velho tronco de arvore caída o meio orc observava seus homens trabalhando no acampamento.Perdi tantos companheiros nessa campanha. Ele passou os olhos pelos rostos que trabalhavam ali. Mas com o fim da campanha eu ganhei alguns novos.Muitos mercenários perderam seus contratantes na batalha e se viram sozinhos em meio aquele desesperado exercito que fugia. Alguns poucos que conheciam Hurruc e seus mercenários decidiram se juntara a ele, recuperando o número de homens que tinha tido no morro. Entre esses que tinham se alistados em suas fileiras estavam os sobreviventes dos mercenários do norte. Os homens de Ulf tinham se juntado a ele dizendo-lhe que era a vontade do falecido guerreiro.Agora que parava para pensar nisso se lembrou
Alex se sentia no limite de suas forças, desde que tinha retornado das montanhas guiado por Greg e trazendo junto um grupo cansado e abatido que se aguentava de pé pelo simples fato de ter completado sua missão. Uma única pergunta tinha se mantido na mente de todos durante a viajem de volta. Vencemos os exilados?Então quando chegaram no Forte uma segunda pergunta se insinuou nas mentes deles. O que diabos aconteceu aqui?Alex ainda não conseguia deixar de ver os corpos de centenas de homens espalhados pelo Forte, para qualquer lado que olhasse ele via um soldado da guarnição estendido pelo chão. Quando chegaram ao Forte cansados e cheios de perguntas os membros do 7° batalhão e seus aliados se depararam com os portões abertos, de maneira desconfiada o grupo adentrou no Forte e encontrou a guarnição espalhada por todos os lados. Muitos dos mortos não
Aquilo foi um inferno. A batalha tinha decorrido de igual para igual desde o início e até mesmo o deslizamento que os magos deles tinham criado não tinha diminuído tanto assim a diferença entre os dois exércitos. Mas quando os malditos trolls tinham deixado as profundezas de seu covil para atacar os dois exércitos em batalha tudo tinha mudado. As forças inimigas receberam o sinal para recuar ao primeiro sinal dos trolls, mas pelos danos que as criaturas causaram em suas fileiras suponha que as criaturas não estavam nos planos deles, um acidente que os favoreceu mais do que eles imaginavam. Conforme recuavam fui forçado a mandar nossas tropas recuarem também pois se tentassemos avançar ficaríamos presos entre os exilados e os trolls e é do conhecimento de todos o quanto é difícil matar aquelas criaturas.Muitos de nosso
Os mercenários se assustaram no topo do morro, eles não conseguiam ver o que tinha acontecido no campo de batalha, mas um som assustador se elevou acima da confusão criada pelos combatentes. Gritos e gemidos foram abafados pelo estrondo que veio do outro lado do campo de batalha para assustar ainda mais os mercenários e soldados no morro.Hurruc procurou Verme e ao avistar o mercenário ele o mandou para descobrir o que tinha acontecido. Olhando em volta percebeu que tanto os mercenários quanto os soldados que os atacavam tinham parado de lutar para tentar ver sem sucesso o que tinha acontecido.O meio orc começou a gritar ordens para seus homens atacassem os soldados quase na mesma hora que um oficial do exercito reorganizou seus soldados para investir contra os mercenários. Uma batalha sangrenta teve início pelo controle do topo do morro novamente, armas banhadas em sangue riscavam o ar criando rastros rub
- Parece que as coisas estão sobre controle no morro - Sazar disse enquanto coçava o queixo.- Ulf e Hurruc são mais que qualificados para o serviço - respondeu Elric calmamente.De sua tenda o Rei dos exilados observava calmamente o decorrer do combate, Flin de pé ao seu lado reportava-lhe qualquer mudança significativa nas disputas. Como era esperado a batalha estava seguindo no ritmo que Sazar tinha estimado. O centro e o lado direito do exercito estava aguentando bem enquanto o lado esquerdo próximo ao paredão ia enfraquecendo lentamente e pouco a pouco cedendo terreno para os soldados Glaericos.- Já basta com essas malditas flechas! - berrou Bauron sentado no centro da tenda - esses malditos arqueiros não se cansam?- A quanto tempo Bauron tem mantido a barreira? - Elric perguntou para Flin sem tirar os olhos do pequeno mago.- Pelo menos uns vinte minutos, meu senhor.
Hurruc entra em açãoDeitado sob um grosso cobertor o meio orc esperou por sua vez de agir. Primeiro ouviu os gritos de dor vindo do outro lado do vale, depois ouviu o som das armas se chocando, sobrepujando os gritos de dor e em pouco tempo esses sons chegaram cada vez mais perto de onde estava.Conforme a batalha ia se aproximando de seu esconderijo, Hurruc sentia mais do que via a tenção aumentando entre os seus mercenários. Ele próprio não podia negar que estava um pouco nervoso se perguntando o que estava acontecendo nas linhas de combate.Uma imagem penetrou na mente do meio orc, viu os Moucranianos enfrentando um grupo de soldados Glaericos no topo do morro e então a formação de parede de escudo de Ulf e seus homens foi quebrada, pouco a pouco os Glaericos iam ganhando terreno com a chegada de reforços enquanto os mercenários do nort
Último capítulo