Rui ficou em silêncio por um momento, antes de soltar uma risada tranquila.
O telefone foi desligado e, logo em seguida, ele me ligou novamente, desta vez por vídeo.
O nome de Rui no topo da tela piscava, trazendo à tona muitas lembranças. Havia um tempo, distante e breve, quando nós dois compartilhávamos nossas vidas através de chamadas de vídeo. Aquele período parecia tão distante agora, um misto de pressa e imaturidade, que tudo parecia ter sido feito de maneira impulsiva, sem considerar os obstáculos que enfrentávamos. Sabíamos, no fundo, que a decisão tomada não seria capaz de suportar tudo o que viria pela frente.
O prazer momentâneo gerado pela novidade se tornou frágil diante das dificuldades que surgiram.
Atendi a vídeo chamada e, na tela, apareceu o rosto de Rui, limpo e fresco, como se tivesse acabado de fazer a higiene matinal.
— Ana. — Rui sorriu e disse meu nome, o cheiro refrescante de colônia de barbear parecia atravessar a tela, invadindo minhas narinas.
Eu sorri també