Bruno precisava de um tempo sozinho. Ao empurrar a porta do quarto, meu coração ainda não se aliviava da dor pesada que o tomava.
Estávamos separados por uma simples porta, mas ambos imersos em nossa própria tristeza.
Foi então que uma voz infantil interrompeu meus pensamentos. Sorri levemente, praticando o gesto algumas vezes antes de sair e espiar por cima do parapeito.
— Dayane.
A pequenina, com seus pezinhos, deixava marcas de cada passo que dava sobre o sofá, enquanto dona Rose ficava ao seu lado, ambas imersas numa alegria tranquila.
Ela não me ouviu chamar, perdida em seu próprio mundo. Foi dona Rose, ao levantar o olhar, que me lançou uma expressão preocupada.
— Eu a carrego para cima, vou chamar você.
— Deixe ela brincar, eu desço.
Enfrentando o olhar preocupado de dona Rose, abracei ela e nos sentamos juntas à frente do sofá.
— Dona Rose, obrigada. Se não fosse por você, Dayane não estaria se adaptando tão bem.
As palavras de Bruno pela manhã certamente não eram só uma fantas