Bruno deu uma leve repreensão, o que fez meu corpo se estremecer. Sem querer, meus dedos tocaram o botão de atender e, no instante seguinte, a voz ansiosa de Rui veio do celular.
— Ana, onde você está? Vi seu carro, estou a esperando na porta. Por que não entrou ainda?
Mordi o lábio, sem ousar fazer qualquer som, tentando desligar, mas Bruno segurou minha mão com força, olhando-me com um olhar desafiador.
Esse olhar era claramente uma ameaça.
— Se você não falar, eu falo...
O carro preto na frente de Rui deu uma grande sacudida, fazendo ele olhar com mais atenção.
— Ana? Você está me ouvindo, Ana? O que está acontecendo aí?
Bruno me abraçou e me moveu da porta do lado direito para o lado esquerdo do carro. Seu corpo me pressionou fortemente contra a janela, e ele tampou o microfone, falando baixinho, de forma que só nós dois pudéssemos ouvir:
— Eu mudei de ideia. Isso aqui também pode ser bom.
Ana poderia ter se metido no casamento de Rui antes dele se divorciar, então por que não pode