Nós dois estávamos tão sujos...
Bruno disse isso, com aquelas palavras tão pesadas. Ele me chamava de suja. Mas, na verdade, o que ele pensava de mim? Como ele via alguém como eu em seus olhos?
Se eu estava tão suja, então quem era o homem que me apertava nos braços naquele momento?
Suspirei em silêncio, sentindo o peso das suas palavras. No reflexo da janela do carro, meus olhos estavam avermelhados, as lágrimas ameaçando cair.
— Eu nunca achei que fosse suja! O que você pensa de mim é problema seu! — Eu disse, tentando me desvencilhar do aperto da raiva.
O rosto de Bruno mudou ligeiramente.
— É? E você e o Rui, o que são então? Antes de nos divorciarmos, vocês já estavam juntos. Não é suja? Agora você ainda está com ele... — A voz dele ficou embargada, como se as palavras se tornassem difíceis de sair.
— Isso porque você me enganou, fazendo-me acreditar que já tínhamos nos divorciado! — Senti o corpo tremer de raiva e frustração. Eu não podia acreditar no que ele estava dizendo. C