O escritório estava silencioso, e por um momento só se ouvia o som das folhas sendo viradas. Bruno me abraçava, repousando a cabeça em meu ombro, sem interromper meu pensamento.
— Esta é a segunda vez que você me ajuda.
Senti-me feliz. Antes, pensei que ele estivesse agindo rapidamente para me ameaçar, mas agora via que ele estava me oferecendo, de forma generosa, as ações do Grupo Oliveira novamente. Comparado a isso, as precauções que fiz com Zeca pareciam um tanto desonestas.
— Onde você pretende focar seu trabalho daqui para frente?
A pergunta de Bruno me pegou de surpresa. Virei-me para olhar para ele.
Minha sombra cobria boa parte de seu rosto, e o olho que restava exposto brilhava em um jogo de luz e sombra.
Ele disse calmamente:
— Se você quiser aprender a administrar a empresa, posso arranjar alguém para te ensinar.
Puxei uma caneta do porta-canetas, destampei-a e me preparei para assinar.
— Não quero aprender. Tenho o Zeca, confio nele para cuidar das coisas.
— Ele é um est