Eu olhava, sem qualquer expressão no rosto, para as capturas de tela que os internautas me enviavam. Nas imagens, Bruno entregava alguns presentes para Maia, com um semblante suave e um sorriso delicado.
Ele estava sentado bem em frente ao computador de Maia. A luz do meio-dia se derramava sobre seus olhos negros, adicionando uma atmosfera levemente íntima e calorosa entre os dois.
— Bruno, por que você está me dando coisas de novo? Eu já nem sei como te agradecer.
— Você teve uma vida difícil desde pequena, sem pai nem mãe, e também não tem amigos. Eu sou, talvez, o seu único apoio neste mundo. Isso não é nada, é o mínimo que você merece.
— Às vezes sinto inveja da Gisele. Não sei quanta sorte ela teve por ter você como irmão desde criança. Deve ser maravilhoso.
Bruno ficou em silêncio por um momento, e só depois de uma pausa respondeu lentamente:
— Se precisar de mais alguma coisa, é só me dizer.
Maia cobriu a boca e baixou o olhar, soltando uma risadinha discreta.
— Estou