O homem, sempre tão calmo e controlado, tremeu visivelmente.
Seu rosto escureceu, os lábios se moveram levemente, mas ele não disse nada.
Às vezes, o silêncio era a melhor resposta.
— Vá embora. Você me machucou até o limite, o que mais eu tenho a temer? — Fiz uma pausa, e as lágrimas nos meus olhos ainda não haviam secado, mas acabei rindo. — Bruno, agora não tenho mais medo de nada.
Dei um passo à frente, forçando-o a recuar até que ele pisou para fora da porta. Segurei a maçaneta, pronta para fechá-la.
— Ana! — Ele apoiou uma mão na porta, gritando de forma contida e com dor. — Eu só tenho uma irmã! Você precisa mesmo continuar em conflito com ela?
— Eu, em conflito com ela?
Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo. Seria que Bruno sabia o que estava dizendo?
Mas não me importava em irritá-lo ainda mais. O que ele poderia fazer contra mim?
Mudei meu tom:
— Isso mesmo! Estou, sim, em conflito com ela! Bruno, até o coelho morde quando é encurralado! Eu até queria deixá-la em paz