— Tudo bem, não se preocupe mais com isso, já a entreguei para a polícia.
Eu não queria continuar falando com ele sobre esses assuntos desagradáveis, só queria voltar para casa o mais rápido possível, mas o termo "polícia" parecia deixá-lo muito sensível.
Sem qualquer hesitação, ele perguntou diretamente:
— Você procurou o Nelson?
O Rui que estava diante de mim ainda era o mesmo de sempre, mas por algum motivo, naquele instante, aquele jovem alto e imponente parecia desamparado e abatido. Sua figura, envolta nas sombras da luz fraca, dava a impressão de que poderia desaparecer a qualquer momento.
Eu não suportava ver o Rui assim.
— Não tem nada entre mim e o Nelson, ele é apenas meu amigo.
— Ana Oliveira! — A voz dele soou contida, mas carregada de emoção. — Você nem sequer sabe o que me importa! O que me importa é que, quando você tiver problemas, a primeira pessoa em quem você pense seja eu!
As palavras dele ecoaram pelos corredores vazios, impregnadas de desespero.
Fiquei em silênci