(Eduardo Duarte Galvão)
Passei a noite em claro.
O relógio marcava seis da manhã quando finalmente desliguei o abajur, mas ainda assim o sono não veio. A cada vez que fechava os olhos, a imagem de Lua me assombrava.
A maneira como ela me olhou — com raiva, mas também com firmeza. Como segurou a filha nos braços, com aquele instinto protetor que eu jamais presenciei em outra mulher. Como ousou me dizer que nem tudo se compra.
Eu devia odiá-la por isso. Eu devia me sentir desafiado, ferido no meu orgulho.
Mas, em vez disso, havia dentro de mim uma mistura perigosa de revolta e… fascínio.
— Maldita seja, Lua… — murmurei, fechando os punhos. — O que você fez comigo?
No dia seguinte, cheguei cedo à sala de reuniões do hotel. Já havia preparado uma lista de contratos para analisar, um cronograma de visitas às filiais e até um jantar com investidores. Tentei ocupar minha mente com trabalho, como sempre fazia. Mas, por mais que me esforçasse, a sombra dela estava lá.
Bati o punho na mesa.
“Co