Kaíque
Ela abriu a porta do quarto e eu entrei sem pensar duas vezes. Fechei atrás de mim e encostei, como quem precisava de um segundo pra acreditar que aquilo tava mesmo acontecendo.
Lorena tava ali. Na minha frente. De verdade.
O vestido colava no corpo dela, aquele mesmo corpo que me queimava por dentro desde o dia que deixei o morro. Eu tava inteiro, mas o desejo me desmontava por dentro.
Ela ficou parada, só me olhando. Mordi o canto da boca e fui me aproximando devagar.
— Certeza? — perguntei, rouco, porque minha voz já vinha carregada de tesão e saudade.
Ela não respondeu com palavras. Me puxou pela camisa, arrancou de um jeito que me fez grunhir de desejo. Quando senti a boca dela beijando meu peito, as cicatrizes, cada pedaço do meu passado... eu soube: não tinha mais volta.
A boca dela me salvava.
Beijei com fome. Com raiva da distância. Com alívio de tê-la de volta. Apertei aquela cintura pequena com força, puxando pra mim, sentindo a pele quente, o cheiro que era só dela.