Lorena
Já era madrugada quando Kaique me deixou próximo ao prédio onde eu morava. Agradeci pela carona, por ele me ouvir, mas principalmente, por permitir que eu me aproximasse dele e demonstrasse o que eu sentia.
Estava abrindo a porta do carro quando ele segurou no meu braço e disse:
— Se a gente não se esbarrar mais, fica ciente que tu foi a única que me conheceu de verdade.
Com as duas mãos segurei o rosto dele, nossas testas unidas, eu disse:
— A nossa história começa aqui, e se depender de mim, ela nunca terá fim.
Kaique me olhava profundamente, até parecia enxergar a minha alma, e sem perder tempo uniu nossas bocas iniciando um beijo que incendiou tudo, principalmente a minha alma.
Nos despedimos e cheguei em casa com o coração virado do avesso.
Kaíque tinha se cravado em mim feito cicatriz. E quanto mais eu tentava entender o que sentia, mais certeza eu tinha que não era só atração. Era conexão. Dor reconhecendo dor. Não era só a lembrança do beijo — era o olhar dele antes,