— Como você saiu de lá? Isso é impossível…
Ele colocou um dedo sobre meus lábios.
— Sem perguntas; não posso respondê-las agora. — Disse, levantando-se.
— Para onde você vai?
Ele pegou a bandeja de comida; eu nem tinha notado, mesmo que o cheiro tivesse preenchido o quarto. Toda a minha atenção estava nele. Minha boca se encheu de água na mesma hora.
— Você se lembra da primeira vez que eu trouxe comida escondido para você? — Ele perguntou.
— Nunca vou esquecer.
Ele me passou a bandeja, e eu a segurei com as mãos trêmulas. Esvaziei a garrafa de água antes de devorar toda a comida do prato. Quando terminei, olhei para cima e vi que ele me observava.
Seus olhos desceram pelo meu corpo, notando os hematomas, e eu não consegui evitar tentar escondê-los. Eu estava na minha pior forma, e me perguntei se isso o irritava.
— Desculpe por não estar aqui para te proteger daquilo. — Ele disse, e eu sabia ao que ele se referia.
— Eu mereci.
— Não, você não merece. — Ele respondeu, sentando-se ao me