Corri o mais rápido que minhas pernas permitiram, afastando-me do castelo. Só podia torcer para que, durante minha ausência, Julia não tivesse motivo algum para vir me procurar — porque, se ela descobrisse que eu estava desaparecida, então eu estaria perdida.
A cidade estava viva, como sempre.
Segui direto para a cabana da vidente. Desde minha última visita, tudo em que conseguia pensar era em voltar lá para fazer mais perguntas — perguntas normais, que qualquer garota gostaria de saber. Perguntas que não tinham nada a ver com o fato de eu ser uma “escolhida”.
Trian acreditava que videntes eram todos mentirosos; talvez fossem, talvez não.
Parei diante da pequena cabana estranha, com ossos pendurados na porta. Entrei e imediatamente vi a velha. Ela estava sentada em um banco de madeira, bem em frente à lareira, com os olhos fixos no fogo. Murmurou algumas palavras em língua estrangeira antes de soprar um pó esbranquiçado sobre as chamas, fazendo-as arder mais forte.
— Como posso ajudá-l