Capítulo 68 - Clara

CLARA

Não era a primeira vez que sentava à mesa da família Calderón, mas havia uma diferença gritante em retornar ali como esposa — mesmo que, para todos, eu fosse apenas a namorada do Victor. Sentia os pés sobre o tapete grosso, o frio macio da porcelana do prato contra meus dedos, o cheiro de carne assada e alecrim misturado ao perfume floral de Helena. O brilho dourado das luzes caía sobre o copo de suco de uva que eu girava distraída.

Lucia, sempre radiante, mantinha a conversa animada, mas eu escutava só metades de frases e risos — a tensão vibrava nos meus ouvidos, tão intensa quanto o sabor doce, quase enjoativo, do suco. A cada palavra trocada entre Victor e Lucia, eu imaginava se era sobre a reportagem: se eles haviam visto, se apenas esperavam o momento pra falar, ou esperavam que eu contasse minha parte.

Mordi um pedaço pequeno do cordeiro, mastigando devagar, tentando disfarçar o nó na garganta. O cheiro do vinho do copo de Victor era forte e amargo, e ele parecia desconfo
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