Lúcia encheu a sala com aquele sorriso fácil que sempre arrastava todo mundo junto.
— A mãe fez um jantar muito especial! — disse, cheirando o ar como quem prova o tempero só pelo aroma — é uma noite maravilhosa, não acha? — e lançou o olhar direto para Clara.
— Para mim era uma noite como qualquer outra — respondi antes dela, puxando Clara suavemente pelo cotovelo rumo à sala de jantar, onde a luz amarela deixava a madeira brilhando e o cheiro de alho dourado e louro vinha da cozinha.
— Claro que não! — Lúcia franziu o cenho, batendo de leve no meu ombro. — Você nunca trouxe uma mulher para apresentar.
— A Clara já comeu conosco — rebati, passando os dedos pelo encosto da cadeira para conter a impaciência.
— Mas como sua secretária — ela ergueu uma sobrancelha. — E o que te faz pensar que ela está aqui só como acompanhante?
— Você pensa que eu não acompanho as redes sociais? — Lúcia cantou, divertida.
— O que quer dizer com isso? — perguntei, já atravessando a moldura da porta para a