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Capítulo 4 – A Primeira Noite

O relógio marcou seis horas da tarde, e a Moretti Group começou a esvaziar-se lentamente. Funcionários guardavam pastas, desligavam computadores e se despediam uns dos outros com pressa. Para muitos, aquele era apenas mais um dia de trabalho. Para Lara, havia sido uma batalha.

Ela respirou fundo ao desligar seu computador. O dia inteiro foi tomado por relatórios, agendas e instruções vindas de Camila, que a ajudara pacientemente a entender a rotina. Mas o que mais pesava não eram os papéis — era a presença constante de Leonardo. Toda vez que sua voz soava no corredor, todo o setor se calava. Cada vez que seus passos ecoavam, Lara sentia-se tensa, como se estivesse prestes a ser avaliada.

— Primeiro dia nunca é fácil — disse Camila, sorrindo, enquanto arrumava sua mesa. — Mas você foi muito bem.

— Obrigada — Lara respondeu, com um sorriso cansado.

Na saída, cruzou novamente com a loira misteriosa, que a olhou de cima a baixo com aquele mesmo ar de superioridade. O sorriso dela parecia dizer: “Você não vai durar.” Lara ignorou, decidida a não dar importância.

Já na rua, a chuva havia cessado, e a cidade estava iluminada pelas luzes noturnas. O ônibus demorou a chegar, e quando ela finalmente se sentou, deixou o corpo relaxar contra o assento duro. Fechou os olhos por alguns instantes, lembrando-se das palavras de Moretti: “Não confie em ninguém.”

Chegou em casa quase oito da noite. A pequena casa estava aquecida e cheirava a comida simples. Helena, sua mãe, já a esperava com a mesa posta.

— Então, como foi? — perguntou ansiosa, enquanto servia o arroz e o ensopado de legumes.

Lara sorriu, embora o cansaço fosse evidente.

— Foi… intenso. A empresa é gigantesca, cheia de regras, e ele… — hesitou, pensando em como descrever Leonardo. — Ele é exatamente como dizem: frio, exigente, mas de alguma forma… magnético.

Helena franziu a testa.

— Magnético? Isso não soa bom.

— Não é. — Lara riu, tentando aliviar. — Mas sobrevivi ao primeiro dia.

As duas jantaram juntas, conversando sobre coisas simples, até que Lara ajudou a mãe a se deitar. Depois, foi para seu quarto. O cansaço pesava em seus ombros, mas o sono não vinha. A mente estava cheia de pensamentos sobre aquele escritório luxuoso, sobre os olhares julgadores, e principalmente sobre Leonardo Moretti.

Quando finalmente começou a adormecer, o celular vibrou na mesa de cabeceira. Ela estranhou: já passava das onze da noite. Quem poderia ligar tão tarde?

Pegou o aparelho e congelou ao ver o nome no visor: Leonardo Moretti.

O coração disparou. Por que ele ligaria àquela hora? Atendeu com a voz trêmula.

— Alô?

A voz grave veio do outro lado da linha, firme e autoritária.

— Senhorita Monteiro. Preciso que esteja amanhã às seis em ponto no escritório. Há uma reunião importante e quero que esteja preparada.

— Amanhã? Mas… o expediente começa às oito.

— Para os outros. Não para você. — Houve uma pausa, como se estivesse testando sua reação. — Espero que não me decepcione.

Antes que ela pudesse responder, a ligação foi encerrada.

Lara ficou imóvel, encarando o celular em sua mão. Um arrepio percorreu sua pele. Era apenas o primeiro dia, e ele já a puxava para além do horário normal, como se quisesse deixá-la em alerta constante.

Deitou-se novamente, mas agora o sono parecia impossível. As palavras dele ecoavam em sua mente. Aos poucos, compreendia que trabalhar para Leonardo Moretti não seria apenas um emprego. Seria uma prisão velada.

E, ainda assim, havia uma parte de si — aquela que ela não queria admitir — que se sentia estranhamente atraída pela intensidade dele.

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