Dominado pela paranoia
Enrico passou pelos seguranças em silêncio, tinha medo de que o nó se formando em sua garganta ficasse aparente em sua voz, afinal, seria o futuro Capo, precisava manter a postura. Já dentro do carro, ele tirou o blazer e afrouxou o colarinho, sentia a raiva sufoca-lo. Sentia-se estúpido por ter sido enganado por um rabo de saia.

Enrico baixou os vidros, permitindo que o ar gelado condesasse sua respiração irregular, o vento frio açoitou o seu rosto. A voz do tio ainda reverberava em sua mente, as informações colhidas, junto com a moeda e o pendrive, confirmavam o que Enrico tinha tanto medo de admitir para si mesmo: ele estava errado sobre a própria esposa. A mulher que ele amava era uma farsa, mas Enrico estava cansado de brincar de casinha, estava na hora de dar uma lição na mulher que o enfeitiçou com os seus encantos.

Enrico entrou na sala, olhou para o sofá onde Lívia estava encolhida, envolta em um cobertor. Por breves segundos, ele se compadeceu da mulher com marcas de lágrim
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