O dia estava cinzento, coberto por nuvens baixas que pareciam pesar sobre o mundo. Mas dentro do carro, onde Isadora e Lorenzo seguiam de mãos dadas em direção à clínica, o clima era outro. Mistura de ansiedade, esperança e um silêncio respeitoso, como se ambos soubessem que estavam prestes a ouvir algo que mudaria tudo outra vez.
Isadora apertava os dedos de Lorenzo com suavidade, tentando controlar a respiração. O enjoo matinal havia sido forte, mas ela sabia que não era só isso. Havia algo mais pulsando dentro dela, uma sensação que não conseguia descrever. Estava nervosa. Muito. E por mais que Lorenzo demonstrasse tranquilidade, ela conhecia bem aquele maxilar travado dele. Era o jeito que ele tinha de esconder o medo.
Ao chegarem à recepção da clínica, foram atendidos com rapidez. O exame seria uma ultrassonografia detalhada, daquelas em que o coração parece parar por um segundo antes de cada imagem aparecer na tela.
O médico, um homem de expressão calma e voz acolhedora, cumprim