A chuva fina que caía do lado de fora da mansão contrastava com o calor que preenchia o quarto principal. Isadora estava sentada na poltrona perto da janela, os olhos fixos nas imagens da ultrassonografia que Lorenzo havia deixado em suas mãos antes de sair para a reunião matinal com os arquitetos. Duas pequenas silhuetas, dois corações batendo dentro dela. A alegria era real, mas também era o medo. A responsabilidade.
Seu corpo já começava a mudar com mais intensidade. Os enjôos vinham com mais frequência, as noites eram atravessadas por insônias e as emoções, por vezes, pareciam ondas gigantes que a arremessavam de uma ponta à outra do pensamento.
Quando Lorenzo entrou no quarto, trazendo um cobertor e uma xícara de chá, ela não percebeu de imediato. Estava imersa demais na imagem dos filhos. Ele se aproximou e se ajoelhou diante dela.
— Você está gelada, coelhinha. — disse com suavidade, cobrindo-a com o cobertor e entregando o chá.
Isadora ergueu o olhar e sorriu com um misto de c